Ricos não entram no céu!

Por Mateus de Castro:

Quando Jesus Cristo afirma no Sermão da Montanha que "ricos não entrarão no Reino dos Céus", ele está sendo o primeiro marxista?

Jesus Cristo foi o primeiro marxista! Se você entender que qualquer um que olhe pelos pobres é um marxista, então, sem dúvida!
Nenhuma outra figura messiânica tratou tanto dos pobres e deles se lembrou. Em diversas passagens da Bíblia, Cristo demanda a caridade, uma atenção especial aos pobres, o abandono material e condena a riqueza. Certo? Não exatamente.
Desde os primeiros passos do cristianismo, a Igreja se viu forçada a, de tempos em tempos, esclarecer sua doutrina. O que culminaria na necessidade dos famosos concílios. Ao contrário do que muitos pensam, a Igreja sempre reagiu a agressões e a distorções de sua doutrina. Afinal, a preservação da doutrina é outra de suas missões. Doutrina essa interpretada pelas melhores mentes de suas épocas, como Agostinho no século IV e Tomás de Aquino no século XIII, entre tantos outros. As distorções doutrinais ganhavam o nome de heresia. Heresia vem de um termo grego que significa escolha. No caso, significava demonstrar que alguém escolhia a sua interpretação pessoal, e não a doutrina definida pela Igreja.


Uma das primeiras heresias cristológicas, ou seja, sobre Cristo, foi o Ebionismo. O Ebionismo consistia basicamente em negar a natureza divina de Cristo. Isto é, torná-lo apenas um ‘homem bom’. Soa familiar? Pois devia! As idéias ebionistas ressurgiram sob diversas formas nos últimos dois mil anos. Não que os ebionistas tenham retornado, mas suas idéias foram assimiladas e ganharam vários banhos de loja nos últimos tempos.

O marxismo, por exemplo, abraça a idéia de um Jesus apenas humano. Estão aí a CNBB e a maioria da Igreja no Brasil que não nos deixam mentir! Alguns autores não foram tímidos ao unir Cristo ao marxismo, como Ernst Bloch e Camilo Torres Restrepo, que seria uma das influências da Teologia da Libertação, e famoso pela frase “se Jesus estivesse vivo hoje, Ele seria um guerrilheiro”.

Transformar Jesus em apenas um ‘homem bom’ é uma epidemia. É apenas natural que um dos sintomas seja a interpretação dos seus atos sob a visão humanista. Por essa interpretação, quando Jesus diz em Mt 19,21: “Vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres, e terás um tesouro no céu“, Jesus estaria falando de divisão total de bens e igualitarismo.

Se não é disso que Ele está falando, do que será? Para tentar entender, devemos primeiro visitar as raízes judaicas do cristianismo. Marxistas vão torcer o nariz, mas é a única forma de entender.

Embora as obrigações judaicas não fossem sempre as mesmas em todos os momentos de sua história, algumas são perenes. A Tzedakah é uma delas. A palavra costuma ser traduzida por justiça, ou mais comumente como caridade. Tradicionalmente era entendida como uma maneira de ajudar o pobre. Na Septuaginta, a tradução grega da versão judaica do Antigo Testamento, ela é tratada como “dar esmola”. Porém, a interpretação judaica comum significava ajudar o pobre de tal forma que ele pudesse se reerguer na vida e se sustentar sozinho. Isso incluía até mesmo torná-lo seu sócio temporariamente. Curiosamente, nada que se pareça com a versão marxista do sustento estatal e da planificação econômica.

Os judeus tinham a obrigação pessoal de evitar a pobreza. Quer dizer, é obrigação de todos trabalhar e se esforçar pelo que é seu.

Outra visão judaica é do pobre como irmão (achikha). Dentro dessa visão, nenhum homem deveria acumular tanto dinheiro sem ajudar um irmão em estado de pobreza. Aqui temos uma pista sobre o que Cristo queria dizer em várias passagens do Novo Testamento.

Unindo essas visões, percebemos que os judeus deveriam trabalhar com afinco por uma situação pessoal melhor, mas sem esquecer dos pobres, seus irmãos. Caso fosse necessário, um grande sacrifício pessoal deveria ser feito para ajudá-los. Não sustentá-los para sempre! Mas recolocá-los no caminho da dignidade humana do sustento próprio.

No capítulo 5 do Evangelho de São Mateus, começa o discurso mais bonito entre tantas lindas palavras ditas por Jesus. Ficou conhecido como “O Sermão da Montanha”.

Em Mt 5,3, Cristo nos manda ser “pobres de espírito”. Algumas traduções dizem “ter espírito de pobre”. As duas formas se referem à mesma coisa. Lembre-se que Cristo falava para uma platéia de judeus, e eles imediatamente entenderiam suas referências. No caso, Cristo falava não só de humildade, mas de um espírito caridoso de irmandade divina entre os homens.

Em outro momento do sermão (Mt 6,24), Jesus diz “Não podeis servir a Deus e às riquezas“. Ao contrário do que alguns podem pensar, isso não é uma condenação da riqueza em si. É permitido ao homem acumular ganhos pessoais, desde que ele não esqueça de seus irmãos. Pela cultura judaica (e pela lógica), o homem só pode ajudar o irmão se ele tiver algo acumulado. Ler o versículo inteiro nos mostra que antes disso Jesus falava sobre não servir dois senhores. Jesus quer nos mostrar que o homem deve ser abnegado. Ele devo trabalhar, se sustentar, e ajudar os irmãos. Mas seus olhos devem estar sempre em Deus. Somente com os olhos em Deus o homem fará na Terra o bem para si e para o seu próximo. É a avidez desmesurada que é condenada como pecado da avareza.

Pensemos agora na parte final do Sermão da Montanha, quando Cristo fala em Mt 7,13 sobre a porta estreita. A porta estreita deve ser o caminho escolhido por todos nós, pois a porta larga, a da facilidade e do egoísmo, é o caminho da perdição. Ao invés de comparar com as riquezas, vejamos Mt 7,22. Cristo ensina que muitos dirão: “Senhor, Senhor, não pregamos nós em Vosso nome, e não foi em Vosso nome que expulsamos os demônios e fizemos muitos milagres?“. Ao que Cristo responde: “Eu lhes direi: nunca vos conheci!“. Como poderia ser isso? Essas pessoas não estão servindo a Deus, pregando em Seu nome, e até mesmo realizando milagres? Não estaria Ele se referindo a um sacerdote como um aviso aos discípulos? Voltaremos a esse ponto mais a frente.

Já bem depois do Sermão da Montanha, ainda no Evangelho de Mateus, Jesus fala de outra situação em que o rico não entrará no Reino dos Céus (Mt 19,24). Cristo diz que é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus. O que Ele queria dizer com isso? É preciso lembrar que seus ouvintes entenderiam essa citação imediatamente.

Existem várias tradições que explicam essa passagem. A mais comum é sobre uma porta estreita em Jerusalém que seria baixa demais para os camelos carregados de carga. Os mercadores teriam que largar a carga para entrar. Isso seria uma imagem que Cristo usaria para falar novamente sobre a entrega total a Deus. Não é um artifício interpretativo para dar um caráter espiritual onde não tem. A prova disso é que no versículo seguinte os apóstolos perguntam, espantados: “Então, quem pode salvar-se?“. Ora, por que os discípulos estariam espantados? Nenhum deles era rico. Pelo contrário! E o povo judeu era dominado pelo Império Romano. Não havia grandes expectativas de riqueza. Por que eles ficariam preocupados se Cristo estivesse mesmo falando de bens materiais? De ricos e pobres? Não faz sentido!

Voltando ao exemplo do final do Sermão da Montanha (Mt 7,22). Não são apenas os bens materiais que exercem fascínio perigoso no homem. Até mesmo a fé mal entendida ou direcionada pode enfraquecer a ligação do homem com o Senhor. É fácil escolher a porta larga da fascinação do apelo espiritual e se esquecer da caridade. É pelos frutos que conhecereis a árvore, ensina o Senhor. Frutos são as obras. Mas quais obras? As obras que todo cristão deve aprender e praticar. Entre elas, as ensinadas no Sermão da Montanha. Porém, o foco é sempre o Senhor! Toda palavra de Cristo é sobre a salvação da alma.

Cristo não era marxista e nem poderia ser. Não apenas pela óbvia distância no tempo, mas sim pela sua mensagem. Sua mensagem era uma só, dita de várias maneiras: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu pensamento, e o próximo como a si mesmo.” (Lc 10,27).

Jesus não veio ao mundo para falar de bens materiais e nem de organização sócio-política. Ele veio para falar de fé e atos para a salvação; de virtude e de pecado. Não era sobre o pobre, mas sobre o irmão que você deixa sofrer. Não é sobre acumular ou não bens, mas sobre não tirar os olhos de Deus em nenhum momento. Não é sobre libertar o homem fisicamente, mas sobre libertar a alma dos grilhões do pecado.

A César o que é de César, e a Deus o que é de Deus (Mt 22,21). O marxismo é a antítese do cristianismo. A salvação marxista é o homem, o pobre como objeto de libertação da opressão pelo homem. A Salvação de Cristo é a liberação do homem da chaga do pecado. O pobre, para o cristão (e para o judeu), é um irmão que tem que ser colocado de volta no caminho da salvação. Um caminho individual e não coletivo. Para o cristianismo, não é o mundo que deve regular a riqueza. Ela está a serviço da consciência de cada um.

Os compatriotas de Jesus não entenderam por que ele não os libertou da opressão do mundo. Eles queriam um messias libertador de corpos, e estavam prontos para seguí-lo cegamente se ele assim tivesse se apresentado. Os marxistas também não entendem. Eles também estão sempre prontos a seguir cegamente quem prometer uma utopia na Terra. Se para isso tiverem que distorcer as palavras de Cristo, eles nem hesitam. O problema é que Cristo não prometeu paz, prosperidade ou igualdade na Terra. Ele prometeu coisa muito melhor: um Reino que não é deste mundo!

Fonte

O crente é Homofóbico?

Por Eliseu Soares


Como crente, vivendo numa época desenvolvida e cheia de informação eu pergunto; Como devemos nos portar frente a esse assunto atual, polêmico e intrigante que denominaram *HOMOFOBIA?

Qualquer manifestação de opinião pode ser mal interpretada, qualquer tipo de palavra mal colocada, texto escrito de uma forma direta e conclusivo que discordem do comportamento gay pode ser usado contra quem o escreve, estamos correndo o risco de sermos penalizados.

E isso nunca aconteceu antes, na verdade, muitas coisas não aconteciam antes.

Mas, as coisas não param por ai…(!) nunca antes eu vi um canal de televisão, ou melhor… a rede Globo de televisão tomar para si uma causa de maneira tão ferrenha e levantar uma bandeira tão forte a um movimento como tem feito nos últimos dias pelo movimento Gay.

Falava-se muito do primeiro beijo gay na televisão, todos pensávamos que seria numa novela de qualquer horário da Globo, mas nos enganamos…

O beijo, desculpe-me, devo usar no plural, “os beijos” aconteceram no telejornal mais importante do Brasil, o Jornal Nacional.

Fico pensando que deve ter sido um golpe duro no escritor de novela que já estava de planos feitos para incluir essa cena nos seus textos, fico pensando também que algum escritor já deva estar pensando na primeira cena amorosa e sensual de um casal gay… sim porque os limites já foram ultrapassados, e precisam de ibope.

O fato é que hoje para a causa *homofóbica no Brasil, existem muitos motivos e pretextos para a legitimarem.

Violência contra gays em grandes cidades é um deles, mas esquecem que nosso país é violento em todas as esferas, e a violência contra o gay, é resultado disso, e não um índice causador de nos tornar um país que mata e agride somente homosexuais, mas também a prostitutas, pais de familia, idosos, estudantes, empresários, crianças etc…

Mas, isso não vem ao caso, ser gay, virou moda, quem tem tendência para esse comportamento encontra apoio nas mais variadas esferas que regem nossa sociedade, e agora a própria lei legitimou o que chamam de “novo segmento da familia brasileira”.

Pois bem, e a igreja como deve se portar frente a isso?

Tenho visto alguns corajosos que metem a cara na tv, entre eles até alguns que nem da igreja são, mas entendem que a apologia ao homossexualismo está indo além do direito de ser gay, e ultrapassando a isso, toma espaço daquele que não divide da mesma opinião.

Os cristãos de modo geral nesse país que usam a bíblia como diretriz e regra da fé cristã, sabem que os textos bíblicos não deixam sombra de dúvida sobre o homossexualismo. Deus através de sua palavra condena completamente a prática do homossexualismo, e isso, nunca tivemos problema nenhum em ensinar a nossos filhos, mas e agora? Perto do que imaginamos uma lei aprovada pelo Congresso, poderemos continuar a falar isso?

O que você como crente pensa? devemos nos acovardar? sentirmos medo do “politicamento correto”?

O que você como crente deve fazer? baixar a cabeça por conveniência, ou falará ao mundo que a prática do homossexualismo é pecado, sempre foi pecado e sempre será pecado?

Pra concluir… já parou pra pensar na palavra HOMOFOBIA? você sabe qual o sentido dela no dicionário português verdadeiro?

Digo verdadeiro porque se você procurar o sentido dessa palavra na internet hoje, ela sempre estará associada ao homossexualismo, então deixe-me explicar;

Fobia origina-se do grego e quer dizer “MEDO”.

Homo origina-se do latim e quer dizer; humano, ser humano, pessoa, gente ou homem é um animal membro da espécie de homo sapiens, pertencente ao genero família hominidae “Homo sapiens – do latim “homem sábio.

Logo, unindo essas duas palavras origina-se HOMOFOBIA, ou seja, medo do ser humano, medo de pessoas, de um indivíduo.

Andei lendo alguma coisa sobre esse distúrbio de ordem psíquica, Sob o ponto de vista clínico, no âmbito da psicopatologia o tratamento mais indicado é a psicoterapia.

A pessoa que desenvolve um caso clínico especifico desse problema, a psicologia a trata de uma pessoa que SOFRE um ataque homofóbico. Ou seja, a homofobia não é algo que a pessoa desenvolve por vontade própria ou tomada de raciocínio, a homofobia é algo que se desenvolve por um disturbio de doença da ordem psíquica, logo, como associar essa palavra a um ato por exemplo de PRECONCEITO, que quer dizer outra coisa completamente diferente, ou seja;

Preconceito (prefixo pré- e conceito) é um “juízo” preconcebido, manifestado geralmente na forma de uma atitude “discriminatória” perante pessoas, lugares ou tradições considerados diferentes ou “estranhos”.

Peraí, então estão usando até a palavra errada para justificar a causa! eu não tenho medo de um ser humano por ele ser gay, você tem? outra coisa, preconceito explica atos de selvageria contra o ser humano, mas homofobia meu querido…. é uma palavra no meu ver muito mal colocada pra associar a causa gay no mundo.

Caro irmão, não precisa ser agressivo e tão pouco cometer o erro criminoso do preconceito. Mas não abra mão de dizer que homossexualismo é pecado, e Deus abomina esse e todos os outros tipos de pecado, e nem por isso você deve ser chamado de homofóbico.



Religião, Cultura e Redenção

Por Herman Bavinck:


Entre todos os povos do mundo, encontramos uma noção de pecado e miséria, e todos sentem a necessidade e a esperança de redenção. O otimismo é impotente para rejeitar o primeiro fato e reconciliar completamente os seres humanos consigo mesmos e com o mundo. O pessimismo, porém, nunca foi bem sucedido em desfazer o segundo fato e em erradicar a esperança para o futuro do coração do humano. Além disso, vimos anteriormente que a expectativa de uma redenção vindoura está ligada, em muitas religiões, a uma pessoa vindoura e especificamente baseada no aparecimento de um rei. 

Aqui podemos acrescentar que a ideia de redenção está quase sempre associada à de reconciliação. Redenção, devemos dizer, é primariamente um conceito religioso e, portanto, ocorre em todas as religiões. Admito que os seres humanos têm à sua disposição muitos meios para se manterem na luta pela existência e para se protegerem contra a violência. Eles não estão sozinhos, mas vivem em comunidades. Eles têm mentes com as quais pensar, mãos com as quais trabalhar e podem, pelo trabalho e pelo esforço, conquistar, estabelecer e expandir um lugar para si mesmos no mundo. É digno de nota, porém, que todas essas ajudas e suportes não são suficientes para eles. Por mais que as pessoas se desenvolvam culturalmente, elas nunca ficam satisfeitas com isso e não alcançam a redenção pela qual pela qual estão ansiosas, pois ao mesmo tempo em que a cultura satisfaz suas necessidades, incentiva a ter orgulho no grande progresso que fizeram, por outro, elas lhes dá uma noção progressivamente mais clara do longo caminho que ainda precisam percorrer. Na medida em que as pessoas colocam o mundo sob seus pés, elas se sentem mais e mais dependentes daquelas forças celestiais contra as quais, com medida em que resolvem problemas, vêem os mistérios do mundo e da vida se multiplicarem e aumentarem em complexidade. 

Enquanto sonham com o progresso da civilização, ao mesmo tempo vêem abrir diante de si a instabilidade e a futilidade do mundo existente. A cultura tem grandes, até mesmo incalculáveis vantagens, mas também traz consigo seus próprios inconvenientes e perigos peculiares. Quanto mais abundantemente os benefícios da civilização escorrem por nosso caminho, mais vazia a vida se torna. É por isso que em adição à cultura, em toda parte, teve origem e alcançou maturidade sob a influência da religião. Se os males da humanidade foram causados pela cultura, certamente eles poderiam ser curados de nenhuma outra forma a não ser pela cultura. Mas os males que temos em mente são oriundos do coração humano, que sempre permanece o mesmo, e a cultura somente os realça. Com toda a sua riqueza e poder, ele apenas mostra que o coração humano, no qual Deus colocou a eternidade (Ec 3.11), é tão grande que nem todo mundo pode satisfazê-lo. Os seres humanos estão em busca de uma redenção melhor do que aquela que a cultura pode lhes dar. Eles estão procurando felicidade duradoura, um bem eterno. Eles estão ansiosos por uma redenção que os salve física e também espiritualmente, para o tempo e também para a eternidade, e isso somente a religião, e nada mais, pode lhes dar. Somente Deus pode lhes dar isso, não a ciência ou a arte, a civilização ou a cultura. Por essa razão, a redenção é um conceito religioso, é encontrada em todas as religiões e é quase sempre associada à ideia de reconciliação, pois a redenção que os seres humanos procuram e precisam é uma redenção na qual são erguidos acima de todo o mundo e inseridos em comunhão com Deus. 


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Fonte: Dogmática Reformada. Ed. Cultura Cristã, Volume 3, p.331-32.

“Aborto: Não Basta Ser Contra”

Por: Lucas Freire

Entre nossos políticos e burocratas, assistentes sociais e ativistas, militantes e intelectuais, existe uma tendência a tratar o aborto como prática normal, e sua liberalização como um alvo desejável. O aborto que se pretende legalizar no Brasil é um tipo de homicídio. Os que desejam sua legalização querem que o governo promova aquilo que é mau e dificulte aquilo que é bom. Nessa inversão de vida e morte, a mulher que teme a Deus nada contra a corrente da sociedade contemporânea. Faz ela muito bem.

Porém, sua estratégia muitas vezes é incompleta. É que, em diversas ocasiões nosso combate ao mal deixa a desejar, não vai além do básico. Para não dizer falso testemunho contra o próximo, basta fechar a boca. Para defender a honra do seu próximo, em palavra e pensamento, é preciso um esforço consideravelmente maior. Na luta contra o pecado, a tendência é pensar que basta não fazer o mal. É muito mais difícil ir além, promovendo ativamente o bem que esse pecado fere.

Além disso, é fácil e cômodo cruzar os braços e condenar, na vida dos outros, um tipo de pecado que você jamais planejou cometer. Muita gente nas igrejas critica o traficante de drogas. Um número significativamente menor denuncia o uso trivial do nome de Deus no dia-a-dia. No combate ao aborto, não basta se abster de matar. Se parar por aí, você corre o risco de ignorar um outro lado desse pecado: a promoção a vida.

Já faz algum tempo que a noção de dignidade da vida humana, criada à imagem e semelhança de Deus, tem sido ignorada pela nossa sociedade. Como reverter essa situação? “Um ponto de partida para promover a vida”, diz minha esposa, que completou um treinamento para lidar com mulheres que estão pensando em abortar, “é mudar o conceito das pessoas a respeito do que é um bebê”. Hoje, uma gravidez é vista mais como um novo orçamento, e um bebê como uma nova variável nos cálculos da família.

Um antídoto a isso é absorver, novamente, a visão bíblica da vida humana e de sua multiplicação. Crescer e multiplicar é uma forma de resposta ao mandato cultural que Deus nos deu, registrado em Gênesis. É uma das missões que se deve buscar, com a ajuda divina, no casamento, conforme a forma litúrgica da celebração do matrimônio nos ensina. É uma bênção de Deus, conforme lemos nos Salmos e na história de várias mulheres piedosas como Sara e Ana.

Escravo no Egito, o povo de Deus via à sua volta uma cultura pagã que encarava os filhos mais ou menos como a nossa cultura os enxerga hoje. Sabe-se que a contracepção era praticada entre os egípcios da antiguidade. Não temos certeza quanto à frequência dessa prática, mas sabemos que, lá e no deserto, Israel teve contato com culturas que viam o crescimento populacional como algo negativo – uma percepção cristalizada nos mitos da antiga mesopotâmia.

Hoje, com base na visão da vida humana como uma variável desafiadora no orçamento, como estraga-prazeres, como atraso de carreira, muita gente pensa no aborto como uma possível saída. Outros, querendo mostrar algum vestígio de consciência, optam pelo argumento do “coitado”. Coitado do bebê que vai nascer neste mundo, cheio de desastres humanos e naturais, cheio de violência e miséria, cheio de desespero. Seria melhor nem ter nascido!

Mas isso, além de loucura fria e calculista, é um argumento sem base. A Bíblia nos conta que o povo de Israel, mesmo sofrendo o jugo da escravidão, cresceu e se multiplicou a ponto de fazer tremer de medo os seus escravizadores egípcios. A Bíblia exalta o heroísmo das parteiras hebreias que resistiram à política de genocídio de bebês imposta por Faraó. E isso para ficar só no Antigo Testamento.

Pergunto: e você? Como você enxerga a gravidez, o bebê em formação? Como é a sua linguagem? Negativa? Você usa termos como “gravidez indesejada” ou coisa do tipo para rotular certas situações? Ou será que você a enxerga sob a ótica da Palavra de Deus? A sua atitude pessoal e até mesmo o seu modo de falar têm um grande peso. E das duas, uma: ou elas reproduzem o que nossa sociedade anticristã propõe, ou nadam contra a maré, promovendo a vida segundo a visão cristã.

Em mais de uma ocasião, presenciei a mesma triste conversa. Fala-se duma família mais humilde. A mãe “está grávida de novo!” E então, alguém diz: “Será que ela não sabe? É tanta irresponsabilidade!” E, com isso, fica a implicação de que o ciclo de pobreza dessa família será perpetuado pela nova vida que está para chegar. Certa vez, vi uma irmã em Cristo criticar assim a mulher de família pobre que está “grávida de novo”. Isso me deixou com tanta vergonha!

Esse tipo de opinião reflete exatamente o que a Bíblia rejeita como paradigma para enxergar a vida humana preciosa. Primeiro, trata-se de uma visão extremamente materialista. A criança é reduzida a um problema, ou a um exemplo de “ignorância” dos pais. Segundo, ela é reduzida a uma variável, que os pais fracassaram em “controlar”. Terceiro, ocorre uma inversão de valores. Obedecer a voz de Deus, crescendo e multiplicando, é visto como “irresponsabilidade”. Nada disso é opinião digna duma pessoa que se diz cristã. Pelo contrário, isso beira a desejar que aquela criança não existisse. Isso beira a um “aborto no coração”.

Pode ser que você não pense nem fale assim a respeito da sua própria gravidez ou da gravidez de outras mulheres. Ótimo. Mas, em todo o caso, fica aqui o lembrete: a cada opinião que é dada, um sistema de pensamento é reproduzido. Esse sistema afirma a verdade de Deus ou a nega. Talvez haja algo a mais que você possa fazer ao ouvir uma conversa desse teor, ou talvez você possa promover a vida humana de outras formas mais ativas.

O caso de famílias carentes é um caso que demanda atenção especial. Uma gravidez em condições de penúria pode ser extremamente preocupante, não somente do ponto de vista financeiro como também médico e psicológico. Só que isso não significa necessariamente que toda família nessa situação deva se portar de forma negativa. “Uma das coisas que às vezes é difícil perceber”, diz minha esposa, “é que, em casos onde se sofre tanta tristeza na vida, um filho é um presente precioso para trazer conforto e consolo”.

Refletir uma percepção bíblica do valor da vida é um grande passo na direção certa. Outro passo é preocupar-se, de coração, com a causa da proteção da vida. De preferência, procure saber a respeito de organizações cristãs que têm essa missão: orfanatos, creches ou hospitais. Procure doar seu tempo, atenção e dinheiro em apoio. Caso você seja profissional da saúde, por que não entrar em contato com outras pessoas que compartilham a mesma fé e os mesmos princípios, buscando um projeto comum de promoção da vida?

A ação cristã em isolamento muitas vezes é pouco efetiva e tem pequeno alcance. Daí a necessidade de se associar. Na luta contra o aborto, é verdade que um grupo grande de cristãos já percebeu essa realidade e tem buscado na militância e na cobrança política evitar o assassinato de milhares e criancinhas. Porém, um outro lado da nossa responsabilidade é justamente a missão positiva de promover a vida, indo além do comportamento e linguagem individuais.

Uma associação efetiva de cristãos na luta pela promoção da vida deve se pautar pela lógica própria desse tipo de organização. Ela terá uma missão bem explícita, esclarecendo quais são as suas ferramentas: treinamento de conselheiros, levantamento de fundos, assistência local a famílias necessitadas, parceria com planos e instituições de saúde, e assim por diante. Essa associação não será eficaz se for vista como uma empresa ou, por outro lado, como um braço da igreja institucional. Ela será inócua se não tiver uma filosofia bem explicada a respeito da vida humana e dos métodos que devem ser usados para sua promoção. Ela será deformada em sua missão caso se dedique somente a pressionar o poder público.

Existem, pelo mundo, várias organizações e movimentos promovendo a causa abortista. Vemos alguns exemplos em nosso próprio país. A efetividade desses inimigos da vida e amigos da agressão é espantosa. Nós contamos com armas especiais, que não se resumem ao plano humano. Só que, nesse plano, ainda estamos engatinhando. A atitude e linguagem que você tem é um bom começo. A associação formal e informal dará um impulso ainda maior à nossa incipiente resposta. O exército abortista é bem articulado e profissionalizado. Chegou a hora de pagar na mesma moeda, dentro dos parâmetros que Deus nos permite e nos ordena seguir. Participe ativamente da causa da promoção da vida. Ela é boa, e Deus é bom. Ele se alegrará com sua fidelidade.
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Fonte: Mulheres Piedosas

O espírito de Karl Marx em Lausanne: Teologia da Missão Integral

Por Julio Severo:

René Padilla: Lausanne defendeu a Teologia da Missão Integral como a missão da igreja


Karl Marx estava em Lausanne em 1867, para um congresso marxista internacional.

Um século mais tarde, outro congresso internacional atraiu a atenção em Lausanne. Não foi um congresso marxista. Foi um congresso evangélico sobre evangelização. Contudo, deu um holofote fantástico para os promotores latino-americanos da TMI (Teologia da Missão Integral), que, de acordo com seus defensores brasileiros, é a versão protestante da marxista Teologia da Libertação. Um deles é Ariovaldo Ramos, que louvou Hugo Chávez. Ele é o diretor da Visão Mundial no Brasil.

Foi o Congresso Lausanne de Evangelização Mundial,1974, onde um de seus teólogos, René Padilla, era um dos mais proeminentes defensores da TMI na América Latina.

Então, espiritualmente, Karl Marx estava também presente no congresso Lausanne, através de sua ideologia, que estava ganhando roupagem evangélica.

Roupagens bonitas disfarçam uma ideologia feia e enganadora.

Por isso, há um esforço dos promotores da TMI de sequestrar o propósito de grandes conferências evangélicas explorando qualquer declaração que se assemelhe aos sentimentos socialistas da TMI. Em seu documento “Integral Mission and its Historical Development” (Missão Integral e seu Desenvolvimento Histórico), Padilla argumentou em favor da TMI fazendo uma lista de várias conferências evangélicas passadas como alegadamente apoiando-a.



Usarei o documento de Padilla como referência para tratar a TMI em Lausanne.

Acerca do Congresso de Missão Mundial da Igreja (Wheaton 1966), Padilla disse:

“A Declaração de Wheaton confessou o ‘fracasso de aplicar princípios bíblicos para tais problemas como racismo, guerra, explosão populacional, pobreza, desintegração da família, revolução social e comunismo.’”

“Explosão populacional” era um assunto comum e obsessão entre as elites ocidentais nas décadas de 1960 e1970 e deveria ter sido tratada por líderes cristãos responsáveis e capazes não de acordo com os desejos das elites, desejos que levaram à legalização do aborto nos EUA, a maior nação protestante do mundo, e posterior homossexualização radical da sociedade. “Explosão populacional” é um mito e estratégia retórica que disfarçam iniciativas de controle populacional que incluem o planejamento familiar e são responsáveis hoje pelo dilúvio de “direitos homossexuais” em detrimento dos direitos e bem-estar das crianças e suas famílias. Se esse mito tivesse sido desmascarado por líderes cristãos naquela época, poderia ter evitado a legalização do aborto nos Estados Unidos, a qual ocorreu em 1973, com um número enorme hoje de mais de 50 milhões de bebês em gestação como vítimas inocentes.

Acerca de revolução social e comunismo, qualquer que seja a interpretação que Padilla tentasse dar, é óbvio que a TMI, em sua prática latino-americana, nunca foi inimiga para ele e seus colegas teólogos liberais.

Padilla se pergunta sobre Wheaton 1966:

“Como tal documento pôde ser produzido numa conferência de missões realizada nos Estados Unidos numa época em que o evangelicalismo nesse país não estava simplesmente interessado em mudança social ou ativismo social.”

Entretanto, um evangelho socialista não era uma realidade estranha nos EUA. Ao que tudo indica, Padilla ignora o movimento do Evangelho Social, que nasceu nos EUA na década de 1870. O socialismo na sociedade americana e entre suas igrejas era uma ameaça tão séria que “Os Fundamentos,” um documento teológico organizado por R. A. Torrey e publicado em 1915, tinha um capítulo inteiro contra o marxismo e o socialismo.

O socialismo, mascarado como interesse em mudança social ou ativismo social, é um velho problema nas igrejas americanas.

O velho movimento do Evangelho Social dissipa o mito de que o evangelicalismo nos EUA não tinha se envolvido em “mudança social ou ativismo social.” E há sinais significativos de que o liberalismo teológico mais importante na América Latina foi influenciado por ele.

A Teologia da Missão Integral, ou até mesmo a Teologia da Libertação, pode ser o desdobramento mais importante do Evangelho Social.

Um missionário presbiteriano do movimento do Evangelho Social foi para o Brasil em 1952 e passou uma década ensinando teologia na instituição teológica presbiteriana mais proeminente do Brasil. Seu nome era Rev. Richard Shaull, e ele estava envolvido em várias causas marxistas e comunistas no Brasil. O nascimento das ideias da Teologia da Missão Integral (TMI) no Brasil tem origem e crédito nele.

Na década de 1950 ele já dizia o que os promotores da TMI estariam dizendo nas décadas de 1980 e 1990 e décadas futuras. O discípulo de Shaull, Rubem Alves, inicialmente um teólogo na Igreja Presbiteriana do Brasil e mais tarde um agnóstico, defendia as ideias da Teologia da Libertação antes de seu lançamento oficial.

Ainda que a TMI seja rotulada de versão protestante da Teologia da Libertação, a TMI nasceu antes da Teologia da Libertação. Para mais informações, baixe meu e-book grátis: http://bit.ly/11zFSqq

Padilla tentou dar para a TMI um nascimento mais nobre usando grandes conferências evangélicas, inclusive o Congresso Mundial de Evangelismo (Berlim 1966), como alegados precursores.

Em seu discurso de abertura na Conferência de Berlim, Billy Graham reafirmou sua convicção de que “se a igreja voltasse à sua tarefa principal de proclamar o Evangelho e as pessoas se convertessem a Cristo, teria um impacto muito maior nas necessidades sociais, morais e psicológicas dos homens do que poderia alcançar por meio de outra coisa que se pudesse realizar.”

Apesar disso, Padilla usou essa conferência como um grande precursor da TMI. Ele disse:

“Com todos esses antecedentes, ninguém deveria ficar surpreso que o Congresso Internacional de Evangelização Mundial (Lausanne 1974) acabaria se revelando um passo definitivo para confirmar a missão integral como a missão da igreja. Em vista da marca profunda que deixou na vida e missão do movimento evangélico no mundo inteiro, o Congresso de Lausanne pode ser considerado o encontro evangélico mundial mais importante do século XX.”

Para Padilla, Lausanne estabeleceu a Teologia da Missão Integral como a missão da igreja. Assim, com a TMI em Lausanne, o socialismo se tornou a missão da igreja.

Por causa da influência esquerdista de Padilla e outros teólogos latino-americanos, o Pacto de Lausanne disse: “Afirmamos que o evangelismo e o envolvimento sócio-político são ambos partes de nosso dever cristão.” O Pacto de Lausanne basicamente igualou evangelismo com ação política de linha esquerdista, uma união profana nunca feita pelo Evangelho ou Jesus.

A figura central do primeiro Congresso de Lausanne foi Billy Graham. Sem ele, não teria havido Lausanne, mas também nem ele esperava a repercussão em nível ideológico. Quando Graham percebeu que a esquerda evangélica estava tentando atrelar tudo, ele parou de financiar Lausanne, para desgosto de Robinson Cavalcanti, antigo colunista da revista Ultimato, que publicamente acusou que Lausanne estava sob uma “hegemonia da ala conservadora, branca, anti-CMI (Conselho Mundial de Igrejas), antissocialista,” etc. (Pobre Graham: branco, anglo-saxão, conservador, etc!)

Cavalcanti queria a continuidade de Graham no movimento Lausanne para captar recursos para levar adiante a revolução da TMI. Essa revolução vem ocorrendo, mas sem o dinheiro e participação de Graham. Valdir Steuernagel, líder da TMI, já mostrou que hoje Lausanne está muito mais TMI do que nunca. Não é, pois, um movimento com a cara do Evangelho, mas com a cara de uma ideologia que se mascara como Evangelho.

Padilla comentou acerca dos resultados que ele ajudou a produzir nesse pacto da TMI dizendo: “O Pacto de Lausanne não só expressou penitência pela negligência da ação social, mas também reconheceu que o envolvimento sócio-político era, junto com o evangelismo, um aspecto essencial da missão cristã. Ao fazer isso deu um golpe mortal nas tentativas de reduzir a missão à multiplicação de cristãos e igrejas por meio do evangelismo.”

No entanto, “ação social” e “envolvimento sócio-político” como “um aspecto essencial da missão cristã” nunca foram, na opinião de Padilla e outros adeptos da TMI, ativismo conservador. Sempre foram ativismo socialista.

Padilla frisa o mesmo ponto quando diz:

“Se tanto o evangelismo quanto a ação social estão tão intimamente relacionados que sua parceria é ‘em realidade, um casamento,’ é óbvio que a primazia do evangelismo não significa que o evangelismo deve sempre e em toda parte ser considerado mais importante do que seu parceiro. Se esse fosse o caso, algo estaria errado com o casamento!… Conceito de missão como um casamento em que os dois parceiros — palavra e ação — são iguais, mas separáveis.’”

Então para Padilla, a ação social — na verdade, a ação socialista — é tão importante quanto é o Evangelho. Essa é uma união profana que Jesus e seus apóstolos nunca pregaram ou conheceram.

Padilla tenta fazer os inimigos da TMI parecerem evangélicos de classes mais elevadas na América do Norte se opondo a pastores latino-americanos pobres que adotaram uma teologia para ajudar os pobres. Ele disse:

“Apesar de seus inimigos, a maioria deles identificados com a elite missionária norte-americana, a missão integral continuou a encontrar apoio entre evangélicos, principalmente no segundo e terceiro mundo.”

Contudo, ele não informou seus leitores que os pregadores da TMI na América Latina são igualmente luteranos, presbiterianos e batistas da classe média alta, muitas vezes formados em universidades europeias e americanas, que entram em choque com pregadores pentecostais e neopentecostais geralmente pobres que ajudam os pobres em suas próprias comunidades pobres, mas sem a TMI. Eles ajudam os pobres pregando o Evangelho sem socialismo. Eles incentivam suas audiências a buscar prosperidade, cura, saúde e salvação de Deus. Eles oram pelos doentes e expulsam demônios. Esse é um Evangelho enormemente desconhecido dos adeptos da TMI.

Daí, há conflitos entre eles. Quando o Movimento Lausanne se reuniu no Brasil em 2014 para debater “problemas” pentecostais e neopentecostais, o líder da reunião foi o Rev. Steuernagel, um pastor que não é pentecostal.

Pelo fato de que Padilla não tem apoio da Bíblia para unir o Evangelho com ação política esquerdista, ele tem de usar grandes conferências evangélicas e sua linguagem ambivalente ou vaga ou até mesmo Lausanne, cuja linguagem teve a participação ativa dele.

Além disso, intencionalmente ou não, Padilla desconsiderou a oposição conservadora em Lausanne aos esforços dele para tornar Lausanne mais esquerdista. O líder dessa oposição foi o Dr. C. Peter Wagner, que era missionário na América Latina e conhecia muito bem os promotores da TMI. Ele acusou a TMI de ser esquerdista.

Padilla também nunca mencionou que em Lausanne os líderes evangélicos da América Latina não representavam o pentecostalismo explosivo nessa região. Por exemplo, o Rev. Valdir Steurnagel, hoje líder do Movimento de Lausanne, é pastor da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB). Um ex-presidente dessa denominação luterana, Walter Altmann, é moderador do Conselho Mundial de Igrejas e um promotor ativo da Teologia da Libertação. Muitos outros nessa denominação são defensores proeminentes da Teologia da Libertação e TMI. A maior instituição teológica da IECLB no Brasil tem um professor de teologia, o Dr. André Sidnei Musskopf, que é não apenas um homossexual assumido, mas também um militante homossexual ativo e escritor.

A Teologia da Libertação, em seu marxismo explícito, na IECLB faz a TMI parecer, em seu socialismo “suave,” “conservadora” ou até mesmo “direitista”! Mas como mostra o exemplo do Rev. Musskopf, ambas teologias facilitam a aceitação e expansão da teologia gay.

A condição de classe elevada de Steuernagel e suas experiências teológicas mais altas de modo nenhum refletem a experiência das igrejas pentecostais e neopentecostais predominantes no Brasil, cujas congregações muitas vezes são compostas por membros mais pobres do que as congregações luteranas, que geralmente são classe média ou mais alta. A IECLB, que adotou a Teologia da Libertação e a TMI, não representa o perfil da Igreja Evangélica do Brasil.

Padilla também reconhece a influência de Steuernagel em Lausanne dizendo:

“Mas a falta de atenção adequada à questão de justiça durante o Congresso foi claramente articulada por Valdir Steuernagel do Brasil num discurso de dez minutos que ele deu ao plenário no finalzinho do Congresso.”

Da mesma forma, outros teólogos brasileiros não falam pela Igreja Brasileira quando falam sobre ela às audiências do primeiro mundo e conferências evangélicas internacionais.

Paul Freston, um brasileiro naturalizado que tem livros publicado em inglês sobre a Igreja Brasileira, tem um histórico de envolvimentos socialistas no Brasil e ele é uma figura chave em eventos da TMI no Brasil.

Outro promotor da TMI é o Rev. Alexandre Brasil, um pastor presbiteriano que tem dado discursos em instituições calvinistas nos EUA sobre a situação da Igreja Evangélica no Brasil. O Rev. Brasil tem tido um emprego de alto salário como assessor na presidência do Brasil no atual governo socialista.

Todos eles são brasileiros de classes mais elevadas tratando de questões de pobreza em grande parte não experimentadas por seu segmento protestante, mas pelos segmentos pentecostais e neopentecostais.

Apesar disso, Lausanne tem sido uma plataforma para esses teólogos que não são pobres promoverem suas ideias marxistas no nome do Evangelho, que já tem assistência abundante para os pobres, sem socialismo.

Se maldições espirituais podem afetar espiritualmente cristãos enfermos, será que a reunião marxista de Karl Marx em Lausanne em 1867 e suas influências das trevas poderiam ter afetado uma reunião evangélica 100 anos mais tarde?

A responsabilidade de um cristão é pregar o Evangelho a toda criatura, inclusive marxistas, socialistas e comunistas. Vacinar o Evangelho com o marxismo, o comunismo ou o socialismo não é plano de Deus.

Pregar o socialismo mascarado como responsabilidade social “cristã” ou como “casado” ao Evangelho a todos os cristãos não é o que Jesus mandou. Ele mandou que os cristãos pregassem o Evangelho do Reino de Deus e curassem os doentes e expulsassem demônios — presumivelmente, até mesmo ideologias demoníacas entre os cristãos. Sinais e maravilhas, ou curas e expulsão de demônios, estão casados com o Evangelho original, o primeiro Evangelho.

Se tivesse tido oportunidade, o Espírito Santo poderia ter se manifestado em Lausanne e outras conferências evangélicas semelhantes. Em vez disso, o espírito de Karl Marx fez suas manifestações protestantes em Lausanne, que, de acordo com Padilla, estabeleceu a TMI como “a missão da igreja,” levando os evangélicos a abraçar e ajudar uma ideologia que faz o Estado substituir o Evangelho na competência de ajudar os pobres, curar os enfermos e expulsar os demônios mediante seus serviços sociais, financiados não pelo bolso de seus governantes políticos, mas pelo bolso de seus cidadãos explorados.

Por que ninguém ousa chamar a TMI de outro evangelho ou outro espírito?

A destruição do homem ocidental

Ano após ano, a infiltração revolucionária na cultura do ocidente em doses homeopáticas atinge um patamar de sutileza cada vez maior a tal ponto que, para que seja percebida, exige de nós não só um enorme esforço, mas a coragem de digladiar-se com um mundo tomado pelo politicamente correto, o qual aguarda de prontidão para imputar o mais hediondo sentimento ao primeiro que ousar não dizer ”amém” ou ”sim senhor” para qualquer pauta do movimento LGBT, abortista, feminista e afins. 


Nessa toada o homem ocidental, isto é, aquele que dentro de si tem semeado uma estrutura sólida fundada em uma hierarquia de valores religiosos, morais e institucionais, aquele que crê ser herdeiro de coisas boas e atemporais, se vê compelido a lidar com uma série de situações que, no mais das vezes, farão de tudo para que a sua noção de pertencimento se esvaia dando lugar ao sentimento de solidão ou mesmo a sensação da iminência de uma vida caótica em sociedade, onde tudo que se encontra presente em seu íntimo já não tem morada na realidade. O homem ocidental sofre de ataques que, sobretudo, visam remodelar a sua figura por meio da ocupação de espaços, muito bem ensinada por Antônio Gramsci, sendo quase imperceptível mas que, aos poucos, perpetram um trabalho desconstrucionista no seu imaginário, partindo de simples slogans de publicidade que enaltecem a figura sorridente de um homem cheio de brincos, piercings, alargadores, tatuagens, usando as roupas mais esdrúxulas e os cortes de cabelos mais bizarros que se possa imaginar, constituindo assim a cada esquina, a cada passeio com os filhos, a cada jantar com a esposa, a cada cinema com a namorada um lugar em que o homem tradicional já não tem mais espaço algum. 

Essa é só uma das situações pela qual se pode traduzir o cárcere do homem ocidental, as universidades em geral na forma de seus docentes, a mídia internacional – que serve de cabo referencial para a mídia nacional -, os ordenamentos dispostos pela ONU (depois do Partido Bolchevique, o maior partido de esquerda que o mundo conheceu), promulgam a desconstrução do homem com a imagem de um pai que, sob a promessa de ser considerado ”acolhedor e bom”, aceita tudo e, ao questionar a conduta de seus filhos, corre o risco de receber de todas as autoridades supramencionadas o título de ”machista e autoritário” ou de alguém ”atrasado” e com isso conclui-se com sucesso um ataque à tão odiada família atingindo em cheio um de seus maiores pilares: a autoridade que existe no lar, destruindo, ainda, uma verdadeira muralha da civilização ocidental, a propriedade privada, sem ter de promulgar uma lei sequer mas sim remodelando-a, de dentro para fora, por meio de infiltração cultural, de modo que a propriedade privada já não mais segue a uma continuidade ditada pela tradição familiar, mas sim a uma nova diretriz de agentes externos, dentre eles, o Estado. Os comunistas da atualidade não precisam de leis para destruir nossos bens.

Este texto bíblico não é socialista

Por Eguinaldo Hélio Souza:

De uma vez por todas – a Bíblia não apóia o socialismo.

Eu era adolescente no hoje chamado ensino médio quando ouvi pela primeira vez meu professor comunista citando a Bíblia para nos doutrinar. Era o famoso texto de Atos 2.44, 45:

Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade.
Este texto nos lábios de um comunista vale tanto quanto as palavras do Salmo 91 na boca de Satanás durante a tentação de Cristo. Não passa de um texto fora de seu contexto para defender um pretexto. A cosmovisão marxista não é apenas diferente daquela que encontramos nas Escrituras, é inimiga declarada. Apontar este texto para dizer que a Bíblia defende o socialismo não passa de mera ingenuidade por parte de alguns e astúcia pura por parte de outros.

Por que este texto não é socialista?
Esta ação foi feita por pessoas que temiam a Deus, o que não é o caso do socialismo, com suas bases ateístas e materialistas
Eles fizeram voluntariamente, não à força das armas do Estado como defendeu Marx em seu Manifesto Comunista.
O governo romano nada teve a ver com esta ação. Os cristãos não consideravam o Estado “redentor”.Eles sabiam que amor ao próximo, solidariedade e comunhão são valores individuais. Não produtos da coerção estatal.

Dizer, por causa deste texto, que a Bíblia defende o comunismo é o mesmo que dizer que ela justifica os homens-bomba porque afirma que há um só Deus. Os marxistas que ousam usar este texto sabem que a totalidade de sua ideologia se opõe completamente aos ensinos do cristianismo e da Bíblia. Seu propósito é enganar, não esclarecer.

Chega de mentira, chega de enganação. Esse texto de modo algum justifica o socialismo. E nenhum outro texto das Escrituras o defende. Que os esquerdistas parem de querer associar um texto sacro com uma ideologia ateísta, materialista e assassina que se opôs fortemente ao cristianismo. Isso é enganação e mentira. O socialismo nada tem a ver com amor ao próximo. Tem a ver com centralização de poder e isto sua teoria e sua história atestam muito bem.

Conta-se que em certa ocasião Marx entrou com um amigo, Le Moussu, em um empreendimento capitalista. Brigaram. E para tentar evitar um conflito judicial procuraram a ajuda do advogado Frederic Harisson. Sobre esse episódio Harisson narrou a atitude patética de ambos:

“Antes de eles apresentarem provas eu exigi nos termos da lei que eles jurassem sobre a Bíblia, como a lei exigia para testemunho legal. Isto horrorizou os dois. Karl Marx protestou que Le nunca se degradaria tanto. Le Moussu disse que jamais algum homem o acusaria de tal ato de vileza. Durante meia hora eles argumentaram e protestaram, cada um se recusando a jurar por primeiro na presença do outro. Finalmente consegui um compromisso de que o testemunho seria “tocar o livro” sem pronunciar nenhuma palavra. Ambos me pareceram fugir da contaminação do toque no sagrado volume, mais do que Mefistófeles [o diabo] na Ópera foge da cruz”[1] (grifo e colchetes meus)

Se você deseja acreditar nas ilusões de Marx, nossa sociedade “burguesa” garante a você esse direito. No entanto, seja coerente nesse ponto como fez Karl Marx. Não toque na Bíblia. Ela não aprova de modo algum sua escolha. Ela não quer ser tocada ou manuseada por pessoas que são inimigas de sua verdadeira mensagem. Marxismo e cristianismo são mutuamente excludentes. Quem conhece realmente a ambos sabe muito bem disso.

[1] MCLELLAN, David. Karl Marx, vida e obra. Petrópolis: Vozes, 1990, p. 439

Mulheres: Deus as chamou a feminilidade e não ao feminismo



Por Renato Vargens:

O feminismo, bem como a sua ênfase no empoderamento da mulher, tem tido um papel preponderante no fato das mulheres estarem perdendo a capacidade de exercerem em seus relacionamentos interpessoais, doçura, ternura maternal como também meiguice e beleza interna. 


No intuito de conquistar espaço no mercado de trabalho, ou até mesmo competir com os homens, não são poucas as mulheres que a vida tornam-se por conseguinte pessoas, amargas e de difícil relacionamento. 

Ora, antes de qualquer coisa, vale a pena ressaltar que não sou contra a mulher estudar ou mesmo trabalhar fora, mesmo porque, acredito que homens e mulheres se complementam, contribuindo assim para a construção de uma sociedade mais equilibrada. Todavia, confesso que me preocupa o fato de que muitas mulheres cristãs em nome da igualdade, tem jogado na lata do lixo, qualidades e virtudes relacionadas a feminilidade. 

Ora, a feminilidade é um comportamento projetado e criado por Deus o qual é um presente dado pelo Senhor a humanidade. Uma mulher feminina não se resume apenas em sem cuidar, vestir ou pintar-se como uma mulher. Feminilidade é bem mais que isso. Na verdade, feminilidade é um conjunto de atitudes e comportamentos, é um estilo de vida pelo qual a família e a sociedade experimenta doçura, amabilidade, afetividade e outros atributos mais.

Lamentavelmente, em nossos dias as mulheres não tem se preocupado em serem femininas, e sim feministas. Nessa perspectiva se uma mulher tem pensamentos e comportamentos diferentes dos defendidos pelo feminismo, desejando assim, obedecer os ensinamentos bíblicos, são execradas e rotuladas como ultrapassadas, subservientes e outros adjetivos mais.

Se não bastasse isso, a sociedade como um todo, tem incentivado a mulher a competir com o homem levando-a assim a abandonar toda e qualquer possibilidade de constituir família e criar filhos. Para piorar a situação, o feminismo, influenciado pelo marxismo cultural tem desconstruído conceitos, princípios, bem como valores cristãos numa mulher como decência, pudor, doçura e submissão. 

Isto posto, concluo este texto, conclamando as mulheres que amam a Deus e sua Palavra a se contraporem aos conceitos deste mundo que de todo jeito tem tentado desconstruir os ensinamentos bíblicos quanto a importância e valor da mulher na família e sociedade, até porque, mulheres foram chamadas por Deus a uma vida cheia de beleza, graça e feminilidade.

Fonte