"NÃO JULGUEIS!"

Por: Paulo Ribeiro

É muito engraçado - e de certa forma triste - ouvir de crentes, ainda hoje, a citação de Jesus em Mateus 7.1 toda vez que são contrariados, toda vez que as heresias de seus ídolos gospel são desnudadas ou toda vez que os falsos mestres nos quais eles se apoiam são expostos em seus ensinos equivocados. O primeiro argumento que eles tiram da manga é:

"Não julgueis para que sejam julgados!".

Contudo, me espanta o pouco apreço que essas pessoas têm pela Escritura, pela intelectualidade e, consequentemente, pela verdade. Não fosse dessa forma, eles procurariam gastar mais do que cinco minutos em suas leituras bíblicas. Investiriam algum tempo de suas vidas para estudar a Palavra de Deus e menos tempo ouvindo Thalles Roberto. Eles também dariam mais crédito aos ensinos dos que foram chamados e dotados por Deus como mestres ou professores (Ef 4.11) ao invés de se trancarem num quarto e, com a Bíblia na mão, se perguntarem: "O que esta passagem significa para mim?", como se o texto bíblico tivesse um significado para cada pessoa ao invés de um significado único, absoluto e objetivo. Ademais, eles procurariam averiguar as idiotices que ouvem dos "cheiradores de Bíblia" porque sua busca e paixão seria a verdade e não os conceitos errados que eles gostariam que fossem verdadeiros. 
                                                                                                
Portanto, embora a questão em torno de Mt 7.1 seja bastante esclarecida e didaticamente exposta por diversos mestres em blogs, videos, mídias sociais, etc., percebo que ela ainda é atual. Por isso iniciei dizendo que me espanto por AINDA existirem cristãos que apelam para o "não julgueis" de Jesus como defesa quando são confrontados em seus erros. Deixe-me explicar, mais uma vez, a doutrina do referido texto.

Esta ordem de Cristo não é uma proibição de qualquer emissão de juízo, mas uma repreensão àqueles que julgam o próximo tendo a si mesmos como medida ou padrão. Tanto isso é verdade que o contexto ilustra uma situação na qual uma pessoa tem uma trave em seu olho mas não somente a ignora como se atenta para um cisco no olho do próximo. Em outras palavras, a ordem de Jesus aqui não foi para não julgar, mas para que não julguemos sem termos consciência de nosso próprio pecado (v. 3).

Se a ordem de Jesus fosse para que simplesmente não julgássemos nada, então como poderíamos cumprir seu próximo conselho para não darmos pérolas aos porcos? Na verdade, a Bíblia nos manda julgar, sim, todas as situações, pessoas e ideias:

1. João nos diz para fazermos julgamentos justos, segundo a reta justiça: "Não julguem apenas pela aparência, mas façam julgamentos justos” (Jo 7.24).

2. Paulo pede para que seus interlocutores julguem e avaliem o que ele estava dizendo: "Estou falando a pessoas sensatas; julguem vocês mesmos o que estou dizendo" (1Co 10.15).

3. Paulo exorta a igreja a julgar o que os pregadores estão falando: "Tratando- se de profetas, falem dois ou três, e os outros julguem cuidadosamente o que foi dito" (1Co 14.29).

Finalmente,

4. Paulo novamente nos exorta a julgar tudo o que vemos e ouvimos, e a separarmos o que for bom: "mas ponham à prova todas as coisas e fiquem com o que é bom" (1Tm 5.21).

Como consequência, os hereges:

(I) Devem ser apontados (Rm 16.17); 

(II) Devem ser advertidos uma ou duas vezes, e depois rejeitados (Tit 3.10); 

(III) Devem ser refutados publicamente em suas heresias (Tit 1.9,13); 

(IV) Devem ser evitados e rejeitados na comunhão da fé (Rm 16.17; 2Jn 1.9,10).

E preste muita atenção neste verso que o apóstolo Paulo escreveu em uma de suas cartas pastorais: 
"...e apegue- se firmemente à mensagem fiel, da maneira como foi ensinada, para que seja capaz de encorajar outros pela sã doutrina e de refutar os que se opõem a ela" (Tt 1.9).
Esta exortação de Paulo a Tito nos mostra que (I) devemos nos apegar à doutrina correta, valorizando-a; (II) a doutrina correta não pode divergir da plenitude do ensino apostólico e, neste ponto, se nos mostra de grande valia o princípio hermenêutico da analogia da fé, pelo qual afirmamos que nenhum ensino da Escritura pode mostrar-se díspar da totalidade do ensino da mesma; (III) a doutrina correta não serve ao propósito de nos aperfeiçoar intelectualmente, mas de nos santificar; e (IV) diz que o apego ao ensino correto da Escritura serve também ao fim de JULGAR os que se opõem a ela ensinando bobagens e heresias.

Por favor, diante disso, alguém mais vai apelar para o "não julgueis"?


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Fonte

O ser humano é naturalmente bom?

A esquerda sustenta, de maneira geral, a doutrina de Jean Jacques Rousseau de que o ser humano nasce bom e é, posteriormente, corrompido por forças externas (a sociedade). Em nossas universidades, jornais e programas de televisão, é dado como certo que forças externas são a causa do crime. Por esse raciocínio, se não fosse a pobreza, os índices de assassinatos, roubos e estupros, seriam muito menores.



Por outro lado, os conservadores sustentam que o homem nasce moralmente falho — Tanto na visão cristã do pecado original, quanto na crença judaica de que todos nós nascemos com uma má inclinação, os sistemas de valores que deram origem à civilização ocidental nunca consideraram que somos naturalmente bons. 

Para aqueles que argumentam que todos temos a Deus dentro de nós, há duas observações importantes a serem feitas:

Em primeiro lugar, nenhuma religião ou ideologia nega que temos bondade dentro de nós; o problema é negar que temos também a maldade. Em segundo lugar, muitas vezes é difícil de expressar a bondade. A bondade humana é como ouro. Ele precisa ser extraída e como acontece com a mineração do ouro, a mineração de nossa bondade pode ser bem difícil.

Talvez a mais óbvia é que os conservadores culpam aqueles que se envolvem em atividades criminosas violentas por seu comportamento muito mais do que os esquerdistas fazem. Basta observar o comportamento dos parlamentares na discussão de assuntos que envolvem esse tema. A esquerda argumenta que a pobreza, o desespero e falta de esperança faz com que as pessoas cometam crimes violentos.

Na visão esquerdista, como as pessoas são essencialmente boas, seus maus atos devem ser explicados por fatores fora de seu controle. Nessa visão o comportamento não é realmente culpa deles, e quando os conservadores apontam a culpa para os criminosos, a esquerda não demora em argumentar de que “essas são as verdadeiras vítimas da sociedade”.

Na visão conservadora, as pessoas que fazem o mal devem, obviamente, ser responsáveis por suas más escolhas, tanto no caso de fazer isso por falta de autocontrole quanto por uma consciência disfuncional. Em ambos os casos, eles são os culpados. 

Da mesma forma, muitos esquerdistas acreditam que a maioria dos muçulmanos que se envolvem em atos de terror fazem-no por causa da pobreza e, especialmente, por causa da elevada taxa de desemprego para os jovens no mundo árabe. No entanto, verifica-se que a maioria dos terroristas vêm de lares de classe média. Todos os terroristas que participaram do atentado contra as torres gêmeas vieram de lares de classe média-alta. E, claro, Osama bin Laden era um milionário.

Como Dennis Prager explica neste vídeo, a natureza humana não é essencialmente boa.


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Obs: Algumas alterações foram feitas no texto.

Tradução: Renan Poço
Revisão: Hugo Silver