A Feminização da Família

Por William Einwechter:

O feminismo é um movimento radical. Como tal, ele atinge até as raízes do relacionamento entre homem e mulher, e busca alterar a estrutura social e institucional, que é percebida como conflitante com as ideias e objetivos do feminismo. Janet Richards declara que “O feminismo é em sua natureza radical… nós protestamos primeiramente contra as instituições sociais… se considerarmos o passado não há dúvida de que toda a estrutura social foi planejada para manter a mulher inteiramente sob a dominação do homem.”[1] Sendo uma ideologia radical, o objetivo do feminismo é a revolução. Gloria Steinem fala pelas feministas quando diz: “Pregamos uma revolução, não apenas uma reforma. É uma mudança mais profunda que qualquer outra.”[2] Feministas querem criar uma “nova sociedade” onde as condições restritivas sociais do passado sejam para sempre removidas.[3] Quão bem sucedidas feministas foram em promover sua agenda de revolução social? Davidson diz: “Hoje, o feminismo é a ideologia de gênero da nossa sociedade. Desde as universidades até as escolas públicas, da mídia até as Forças Armadas, o feminismo decide as questões, determina os termos do debate, e intimida oponentes em potencial ao ponto do silêncio absoluto.”[4]



A instituição social que o feminismo tem mirado como uma das mais opressivas a mulher é a família tradicional. Por “família tradicional” queremos dizer a estrutura familiar desenvolvida na sociedade Ocidental, sob a influência direta do Cristianismo e a Bíblia. Na família tradicional, o homem é o cabeça do lar e o responsável por prover as coisas necessárias para o sustento da vida. A mulher é a “mantenedora do lar”, e sua principal responsabilidade é o cuidado com as crianças. A família tradicional assim definida é de acordo com o plano bíblico para o lar. Feministas odeiam a família que é padronizada de acordo com a Palavra de Deus porque é contrária a tudo que aceitam como verdade. Portanto, seu objetivo é a destruição total da família tradicional. A feminista Roxanne Deunbar disse claramente: “Em última análise, queremos destruir os três pilares da sociedade de classes e castas – a família, a propriedade privada, e o estado.”[5] Feministas buscam subverter a família tradicional, e no seu lugar almejam uma instituição social radicalmente diferente que é moldada segundo o dogma feminista.

Quando consideramos a natureza radical do feminismo e da sua agenda para subverter a família que é estruturada segundo o modelo bíblico, seria sábio parar um pouco e refletir o quão bem sucedidas feministas tem sido em remodelar a família de acordo com o seu próprio desígnio. O fato é que na sociedade Ocidental o feminismo tem sido enormemente bem sucedido em destruir a família tradicional. A feminização da família já foi estabelecida! Por “feminização da família” queremos dizer o moldar da família de acordo com as crenças e objetivos do feminismo. Essa feminização ocorreu nos últimos trinta anos e com pouca oposição dos homens. Os homens sumiram amedrontados com as acusações feministas de sexismo, repressão, tirania e exploração, como um covarde fugiria diante de acusações de determinado inimigo em campo de batalha. Nada parece ter aterrorizado tanto os homens do que encaradas e palavras iradas de feministas.

Agora, quando dizemos que a feminização da família já foi estabelecida, não queremos dizer que as feministas alcançaram totalmente seus objetivos em relação à família. Queremos dizer, no entanto, que uma revolução na vida da família por influência feminista e de acordo com a ideologia feminista já foi estabelecida na sociedade ocidental. Hoje, a instituição social da família está mais alinhada com a visão de Betty Friedan do que com os ensinamentos do apóstolo Paulo. Isso representa um triunfo (pelo menos parcial) da visão radical feminista de revolução social.

A feminização da família é observada em pelo menos seis áreas:

1. O casamento foi desestabilizado, e o divórcio está numa crescente.

A “demonização” feminista do casamento fez do divórcio algo “socialmente e psicologicamente aceitável, através da ideia de que é uma possível solução para uma instituição defeituosa e já em seu leito de morte.”[6] O ensinamento bíblico que casamento é uma instituição divina e pactual que une homem e mulher para o resto da vida através de um voto sagrado (Gen. 2:18-24; Mat. 19:3-9) foi repudiado pela sociedade moderna. O conceito bíblico foi substituído pela noção de que casamento é uma mera instituição humana, e por isso imperfeita, e que o divórcio é uma forma aceitável de lidar com qualquer problema associado ao casamento.

2. A liderança masculina na família foi substituída por uma organização “igualitária” onde marido e esposa “compartilham” as responsabilidades da liderança na família.

A ideia bíblica de que o homem é o cabeça da família (1 Cor. 11:3-12; Ef. 5:22-23) e senhor do seu lar (1 Pe. 3:5-6) é considerada por feministas algo tirânico e bárbaro, um vestígio do homem primitivo e sua habilidade de dominar fisicamente sua parceira. Nos nossos dias, a esmagadora maioria de ambos homens e mulheres zombam da noção de que a esposa deve se submeter à autoridade do marido.

3. O homem como provedor foi rejeitado, e introduzido um novo modelo de responsabilidade econômica compartilhada.

A visão da nossa era é que o homem não é mais responsável do que a mulher por prover as necessidades financeiras da família. Feministas creem que o ensinamento bíblico que o homem é o provedor da família (1 Tim. 5:9) é parte de uma conspiração masculina para manter as mulheres sob seu domínio por fazerem delas economicamente dependentes dos homens.

4. A mulher como uma dona do lar de tempo integral é zombada, e a mulher que trabalha fora buscando realização e independência é agora a norma cultural.

O mandamento bíblico para que a mulher seja “dona do lar” (Tito 2:4-5) ou é desconhecido ou ignorado. Pessoas com a mentalidade feminista consideram algo indigno que uma mulher fique em casa e limite suas atividades à esfera do lar e da família. Uma carreira profissional é considerada mais conveniente e significante para as esposas e mães de hoje.

5. A norma bíblica da mulher como cuidadora de suas crianças foi substituída pelo ideal feminista de uma mãe que trabalha fora e deixa seus filhos na creche para que ela possa cuidar de outros assuntos importantes.

A responsabilidade da maternidade é vista em termos muito diferentes do que no passado. O chamado bíblico para a mãe de estar com suas crianças, amá-las, treiná-las, ensiná-las, e protegê-las (1 Tim. 2:15; 5:14) é rejeitado pela visão feminista de uma mulher que foi libertada de tais limitações sobre sua individualidade e realização própria.

6. A ideia de que uma família grande é uma “bênção” é rejeitada por uma noção de que uma família pequena de um ou dois filhos (e para alguns, nenhum filho) é muito melhor.

O conceito de “planejamento familiar” objetivando reduzir o número de crianças num lar é defendido por quase todos. O ensino bíblico de que uma família grande é sinal de bênçãos e da soberania de Deus (Salmo 127; 128) é ignorado por famílias modernas, até mesmo aquelas proclamando serem cristãs. A visão feminista que nós determinamos o número de crianças que nós teremos, e que nós somos soberanos sobre esse assunto é agora aceito sem questionamento. E é claro, essa suposta soberania humana sobre a vida e o nascimento leva a justificação do aborto, que é o maior controle de natalidade de todos.

Sim, a feminização da família foi estabelecida no Ocidente! O conceito cristão de família foi substituído pela ideia feminista de família: divórcio fácil substituiu a visão pactual do casamento; igualitarismo substituiu a liderança masculina; o homem e a mulher como provedores em parceria substituiu o homem como provedor; a esposa e mãe que trabalha fora do lar substituiu a mulher como dona do lar; a mãe como uma empregada profissional substituiu a mãe como cuidadora de suas crianças; “planejamento familiar” e “controle de natalidade” substituíram a grande família.

Dois fatores contribuíram significantemente para o sucesso do feminismo na subversão da estrutura e prática familiar que é baseada na Bíblia.

O primeiro fator é a covardia dos homens; sim, até mesmo homens cristãos. Até certo ponto é compreensível (mesmo assim vergonhoso) que homens não-cristãos se acovardassem diante das feministas e seus ataques contra eles e a família tradicional. Mas que homens cristãos, que tem a Palavra de Deus, igualmente tenham se rendido é realmente lamentável. Deus chamou homens para defenderam a Sua verdade no mundo e viverem Seus preceitos. Mas um olhar para o lar evangélico cristão mediano revelará que até mesmos eles foram largamente feminizados. Feministas radicais e anticristãs transformaram nossos lares, e os homens cristãos quase não objetaram contra isso, nem disputaram por esse santo território, que é o padrão familiar bíblico. E ainda, maridos e pais cristãos também demonstraram covardia ao serem incapazes de liderar e assumir a responsabilidade que Deus os entregou. Eles estiveram mais que dispostos a abrir mão da carga total de liderança e provisão para suas famílias; eles estiveram mais que alegres de compartilhar (ou despejar) essas cargas com (ou sobre) suas esposas. A família foi feminizada porque homens cristãos abandonaram seus postos.

O segundo fator é o silêncio e a passividade da igreja. A feminização da família ocorreu em boa parte porque a igreja na maior parte do tempo esteve em silêncio sobre a questão. A igreja não resistiu os ataques feministas com a espada da Palavra de Deus. Ao invés disso, e vergonhosamente, a igreja abandonou seu posto diante da investida feminista, e na verdade até absorveu várias ideias feministas. A igreja vem sendo cúmplice ao ensinar coisas como um casamento igualitário, “planejamento familiar”, e por apoiar a ideia de mulheres profissionais e mães trabalhando fora. Muito da culpa deve ser depositada aos pés de pastores e anciãos que ou foram enganados ou se acovardaram de pregar ou se posicionar pela verdade concernente à família como Deus a revelou na Sua Santa Palavra. Feministas tem sido bem sucedidas em alterar a família porque a igreja falhou em viver e ensinar a doutrina bíblica positiva sobre a família e não expôs, denunciou, e respondeu as mentiras das feministas.

Qual deve ser a nossa resposta como cristãos diante da feminização da família? Nossa resposta começa com o reconhecimento de que isso aconteceu. Negar o fato não nos fará bem algum. Então, devemos assumir a tarefa de “desfeminização” da família e da “re-Cristianização” da família. Essa tarefa é o dever de cada família cristã individualmente; mas é principalmente o dever de maridos e pais cristãos que foram escolhidos por Deus como líderes de seu lar. Homens devem liderar através de preceitos e exemplos na erradicação de todos os aspectos da influência feminista da vida e estrutura de suas famílias, e a restaurar segundo o padrão bíblico. Homens devem ser homens e tomar sobre si a carga total da responsabilidade confiada a eles por Deus. Homens devem parar de se intimidar com a retórica feminista e devem promover a ordem de Deus em suas famílias sem receio.

A tarefa de reconstrução da família de acordo com a Palavra de Deus também faz necessário que a igreja ensine fielmente o que a Bíblia diz sobre a família, e em muitos casos, a alterarem a estrutura de suas igrejas e ministérios (que também foram feminizados) para fortalecerem a família em vez de miná-la. Faz-se necessário que pastores e anciãos respeitam a instituição pactual da família, e parem de entregar o senhorio de suas famílias, e parem de perseguir aqueles homens que buscam uma “desfeminização” das suas próprias famílias. Faz-se necessário que pastores e anciãos sejam um exemplo para o rebanho na “desfeminização” das suas próprias famílias. E faz-se necessário que professores e pregadores com a coragem e a convicção de João Knox e João Calvino exponham as mentiras venenosas do dogma feminista e declararem e defendam o padrão bíblico para a família desde o púlpito.


Notas:
[1] Citado por Michael Levin em Feminism and Freedom [Feminismo e Liberdade] (New Brunswick, 1988), p. 19.
[2] Idem.
[3] Idem.
[4] Nicholas Davidson, “Prefácio”, em Gender Sanity [Sanidade de Gênero], ed. Nicholas Davidson (New York, 1989), p. vi.
[5] Citado por Rita Kramer em “The Establishment of Feminism” [Estabelecendo o Feminismo], em Gender Sanity [Sanidade de Gênero], p. 12 (ênfase acrescentada).
[6] Levin, Feminism and Freedom [Feminismo e Liberdade], p. 277.


Sobre o autor: William O. Einwechter serve como presbítero docente na Immanuel Free Reformed Church em Ephrata, Pennsylvania. Ele também é vice-presidente da National Reform Association e editor do The Christian Statesman. Ele pode ser contatado no weinwechter@dejazzd.com . 


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Fonte: Darash Press
Tradução: Isaac Barcellos

O que eu acho da Missão Integral

Por Walter McAlister:





Neste vídeo o bispo Walter McAlister fala sobre Evangelismo, Esquerda Política e Missão Integral e oferece um equilibrado ponto de vista a este tema tão discutida em fóruns, sites e redes sociais.


Assista:



Narcisismo "Gospel"

Por: Ruy Cavalcante



A palavra “narcisismo” é derivada da Mitologia Grega. Narciso era um jovem e belo rapaz (não, não era eu, rsrs) que rejeitou a ninfa Eco, que desesperadamente o desejava. Como punição, foi amaldiçoado de forma a apaixonar-se incontrolavelmente por sua própria imagem refletida na água. 



O narcisismo excessivo dificulta o individuo a ter uma vida satisfatória, é reconhecido como um estado patológico e recebe o nome de Transtorno de personalidade narcisista. Indivíduos com o transtorno julgam-se, dentre outros, grandiosos e absolutamente especiais. 



Posto isso, gostaria de falar um pouco da característica narcisista da igreja neoevangélica, que tem seus primeiros sintomas com o advento do pentecostalismo, mas que encontra seu auge totalmente estabelecido nas igrejas neopentecostais. 



É incrível como o consenso nessas igrejas é que somos de uma grandiosidade extrema. Expressões como “Eu profetizo”, “Eu declaro”, “Eu decreto”, “Eu ganho almas”, “Eu determino”, “minhas palavras (ou nossas palavras) tem poder”, e coisas afins, passaram a fazer parte do “Canon” evangélico, e são ditas com pompas de autoridade monárquica. 


O pior é que as igrejas históricas também começam a absorver tais procedimentos, pois é algo extremamente infectante. Passamos a acreditar de fato que temos tanto poder e grandiosidade assim. 


Nossas músicas cantam isso, nossos púlpitos anunciam isso, e em nossas orações esbravejamos palavras de ordem espirituais, como se pudéssemos de fato “trazer coisas a existência”, ou exigir alguma coisa dos anjos ou mesmo de Deus.

A coisa fica ainda mais séria quando vemos lideres e irmãos anunciando maldições sobre a vida de outros, declarando derrotas na vida daqueles que discordam de suas afirmações, ou que questionam seus ensinamentos, sob a suposição de que possuem tal poder. Pior ainda por ser algo que se prolifera e, quando menos percebemos, também estamos ameaçando com maldições espirituais aqueles que não se encaixam em nosso padrão de convivência. Tudo isso fruto dessa síndrome narcisista que tem tomado conta de nossa vida, fazendo-nos acreditar que somos poderosos. 

Além disso, o desejo hoje parece ser o inverso do ensinado por Cristo, quando diz: 
“Jesus os chamou e disse: "Vocês sabem que aqueles que são considerados governantes das nações as dominam, e as pessoas importantes exercem poder sobre elas. Não será assim entre vocês. Pelo contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo; e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo de todos”. (Marcos 10:41-44) 
Hoje ensinam o contrário, ensinam que somos especiais, que o líder deve ser honrado até mesmo com suas finanças, que temos autoridade sobre a vida um do outro. É a velha história, manda quem pode, obedece quem tem juízo. E todos querem obedecer, não porque são humildes, mas por desejar um dia ser obedecidos igualmente, por outros irmãos novatos no processo. 

Tudo é um jogo de interesses, todos querem ser servidos, todos se acham especiais. Não se deseja mais ser o servo do irmão, mas o líder de sua vida. E a roda não para de girar, o escravo de hoje se submete a isso para ser honrado com a liderança de amanhã. 

Essas coisas são muito estranhas para mim, pois não encontro nada disso no evangelho. Por esse motivo também não entendo a relutância em abandonar esse tipo de conceito, em se submeter à verdade bíblica, aos exemplos e palavras de Cristo. 

Por hora gostaria apenas de declarar o seguinte: Eu não tenho autoridade, minhas palavras não têm poder e eu não preciso ser temido. Eu quero cantar canções que engrandeçam Deus e não a mim, eu quero pregar e ouvir o anúncio de palavras que valorizem Cristo e não o meu ego. Eu quero servir e não ser servido. 

E que Deus tenha misericórdia de mim todas as vezes que eu desejar o contrário disso, me fazendo retornar à minha sanidade espiritual.

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Teologia da Missão Integral e Teologia da Libertação: De onde saíram ?

Por Paulo Ribeiro:

A boa teologia deve partir da revelação de Deus. O próprio termo teologia atesta e pressupõe este fato. Como diz a Escritura: 
"As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei." (Dt 29.29).
Qualquer proposição ou construção teológica, reivindicando-se verdadeira, NÃO pode ter origem, portanto, em qualquer outro lugar. 

A ideia de uma teologia latino-americana, que dá ocasião à Teologia da Libertação (no catolicismo) e à Teologia da Missão Integral (no protestantismo), aponta para uma construção teológica que parte de um recorte sócio-econômico, no caso, situado no continente sul-americano. Mas, ainda que a posição teológica partisse de outro local do globo e de outra realidade social, o resultado da teologia estaria comprometido desde o início em virtude dos pressupostos empregados e do recrutamento de suas asserções hermenêuticas fundamentais, ou seja, seria errado desde o início por causa do método. 

A Teologia da Missão Integral (TMI) e sua irmã católica, a Teologia da Libertação (TL) são sistemas construídos sobre premissas marxistas, conforme testemunha, em alto e bom som, o maior representante atual da TMI no Brasil, Ariovaldo Ramos, him self [1]. Elas pressupõem [o que julgam ser] disfunções sócio-econômicas como o seu referencial teórico e, a partir dele, orientam a reflexão teológica resultando em um sistema que: 


▪ Adota uma cosmovisão flagrantemente antibíblica - o marxismo - como lente interpretativa; 

▪ Entende "justiça social" como a redistribuição coercitiva de renda;

▪ Posiciona o Estado como o agente de caridade; 

▪ Direciona conclusões originadas na ideia marxista de luta de classes; 

▪Expande a ideia de luta de classes para confrontos em outras instituições, como a família;

▪Coloca-se favorável a modelos de governo irrefutavelmente corruptos, totalitários, ditatoriais, imorais, ladrões, sanguinários e perseguidores oficiais de cristãos; 

▪ Defende abertamente o comunismo tanto pela declarada afeição aos referidos governos quanto pelo alinhamento ideológico e pessoal a ditadores de esquerda. 

Diante disso, tanto a TMI quanto a TL são abominações. Com efeito, não deveriam sequer ser chamadas de teologias: suas estruturas doutrinais não partem da revelação de Deus, mas de outro ponto. A TMI e a TL são, assim, anomalias.


Notas 
1. Ariovaldo Ramos e a Base Marxista da Teologia da Missão Integral. Disponível em: . Acesso em: 21.04.2016.




Resenha do livro "Deuses falsos"

Por: Tim Challies

Tim Keller sabe como contar uma história da Bíblia. À semelhança de seu livro anterior,The Prodigal God [O Deus Pródigo], seu livro mais recente, Deuses Falsos, desenvolve-se ao redor de histórias bíblicas. E cada vez que leio uma dessas histórias, tenho a impressão de estar ouvindo pela primeira vez. Vejo-me perdido na história, antecipando qual poderia ser o seu desfecho. Já tenho o conhecimento exato do que irá acontecer. De alguma forma, porém, Keller me conduz numa viagem em sua companhia enquanto ele conta essas histórias de forma tão vivaz.



Em Deuses Falsos, ele conta a história de Abraão e Isaque, Jacó e Esaú, Jonas e Zaqueu. Cada um destes personagens e sua história de vida são usados para ensinar o leitor sobre a prevalência da idolatria na Bíblia e no coração humano.
O coração humano toma coisas boas como uma carreira de sucesso, amor, bens materiais, e até a família, e faz delas seus bens últimos. Nosso coração as diviniza como se fossem o centro de nossa vida porque achamos que podemos ter significado e proteção, segurança e satisfação se as alcançarmos. (p. 13)

Desta forma, tudo pode ser um ídolo, e tudo tem sido um ídolo para uma pessoa ou outra. O grande engano é que somos propensos a pensar que apenas as coisas ruins podem ser ídolos. O mal, porém, é muito mais sutil.

Achamos que ídolos são coisas ruins, mas isso nunca é verdade. Quanto maior o bem, maior é a tendência de esperarmos que ele satisfaça nossas necessidades e esperanças mais profundas. Qualquer coisa pode servir como um falso deus, especialmente as melhores coisas da vida. (p. 15)

O que é, então, um ídolo?

É qualquer coisa que seja mais importante que Deus para você, qualquer coisa que absorva o seu coração e imaginação mais que Deus, qualquer coisa que só Deus pode dar. (p. 15)

Se alguma coisa deste mundo é mais fundamental do que Deus para sua felicidade e para que você encontre significado na vida, então ela se tornou um ídolo para você, algo que suplantou Deus em seu coração e suas afeições. Você buscará essa coisa com um abandono e intensidade que devem estar reservados apenas para Deus.



Depois de apresentar a idolatria e seus efeitos na introdução e no primeiro capítulo, Keller usa os capítulos de dois a cinco para considerar os ídolos que exercem um domínio particularmente forte sobre as pessoas em nossos dias, embora talvez sejam ídolos que sempre atraíram o coração dos homens. Ele aborda o amor (e o sexo), o dinheiro, o sucesso e o poder (com particular atenção ao poder político). Após considerar estes ídolos pessoais, ele separa um capítulo para olhar para alguns ídolos culturais e sociais – aqueles que tendem a passar despercebidos por serem tão corriqueiros e normais. Finalmente, ele olha para “o fim dos falsos deuses” e oferece esperança para o idólatra.

Há alguma esperança? Sim, se começarmos a perceber que ídolos não podem simplesmente ser removidos. Precisam ser substituídos. Se você apenas tentar extirpá-los, eles crescerão novamente, mas podem ser suplantados. Pelo quê? Pelo próprio Deus, claro. […] O que precisamos é de um encontro vivo com Deus.” (p. 138)

Keller conduz o assunto em direção ao epílogo, onde oferece palavras que respondem proveitosamente à pergunta “e agora?”. Ao expormos os ídolos, o problema é que percebemos que a maioria dos nossos ídolos são coisas realmente boas, às quais permitimos assumir uma importância excessiva. Nós não queremos jogar fora essas coisas boas! E a solução não é amar menos as coisas boas, mas amar mais a melhor.



Como sempre, Keller é um escritor notável e muito habilidoso. O livro é excelente não só de forma geral, mas também nas partes que o compõem. Mais importante, ele se reporta sempre ao evangelho. Ele nunca deixa o leitor em desespero, mas o encaminha para longe de seus ídolos, em direção Àquele que quebra os ídolos e exige e merece o primeiro lugar em nosso coração.

O caminho a seguir em frente, para longe do desespero, é discernir os ídolos do nosso coração e nossa cultura. Mas isso não será suficiente. A única forma de nos libertarmos da influência destrutiva dos falsos deuses é nos voltarmos para o verdadeiro Deus, o Deus vivo, que se revelou, tanto no Monte Sinai quanto na Cruz, é o único Senhor que, se for encontrado, pode realmente satisfazê-lo; e, se você falhar, ele será o único que poderá realmente perdoá-lo. (p. 21)

Verdadeiramente, o coração humano é uma fábrica de ídolos. Deuses Falsos conduz às Escrituras para ajudar a extirpá-los, volta-se para a Cruz para encontrar o perdão e aponta para o evangelho como o poder para encontrar a liberdade definitiva. É um livro excelente, que espero ler novamente, talvez com um grupo pequeno. É sem dúvida um dos melhores livros que li este ano e o recomendo a você.



Fonte: Challies.com

Original: Book Review – “Counterfeit Gods” by Tim Keller
Tradução Conexão Conselho Bíblico

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Ficha Técnica
Autor:  Timothy Keller
Título: Deuses falsos: eles prometem sexo, poder e dinheiro, mas é disso que você precisa?
Título original:  Conterfeit gods: the empty promises of money, sex, and power, and the only hope that matters
Editora: Thomas Nelson Brasil
Páginas: 176
Data de publicação: 2010

Jesus Não era Cristão



Muita gente pensa que sim. Todavia, a religião de Jesus não era cristianismo. Explico. Jesus não tinha pecado, nunca confessou pecados, nunca pediu perdão a Deus (ou a ninguém), não foi justificado pela fé, não nasceu de novo, não precisava de um mediador para chegar ao Pai, não tinha consciência nem convicção de pecado e nunca se arrependeu. A religião de Jesus era aquela do Éden, antes do pecado entrar. Era a religião da humanidade perfeita, inocente, pura, imaculada, da perfeita obediência (cf. Lc 23:41; Jo 8:46; At 3:14; 13:28; 2Co 5:21; Hb 4:15; 7:26; 1Pe 2:22).


Já o cristão – bem, o cristão é um pecador que foi perdoado, justificado, que nasceu de novo, que ainda experimenta a presença e a influência de sua natureza pecaminosa. Ele só pode chegar a Deus através de um mediador. Ele tem consciência de pecado, lamenta e se quebranta por eles, arrepende-se e roga o perdão de Deus. Isto é cristianismo, a religião da graça, a única religião realmente apropriada e eficaz para os filhos de Adão e Eva.

Assim, se por um lado devemos obedecer aos mandamentos de Jesus e seguir seu exemplo, há um sentido em que nossa religião é diferente da dele.



Quando as pessoas não entendem isto, podem cometer vários enganos. Por exemplo, elas podem pensar que as pessoas são cristãs simplesmente porque elas são boas, abnegadas, honestas, sinceras e cumpridoras do dever, como Jesus foi. Sem dúvida, Jesus foi tudo isto e nos ensinou a ser assim, mas não é isso que nos torna cristãos. As pessoas podem ser tudo isto sem ter consciência de pecado, arrependimento e fé no sacrifício completo e suficiente de Cristo na cruz do Calvário e em sua ressurreição – que é a condição imposta no Novo Testamento para que sejamos de fato cristãos.

Este foi, num certo sentido, o erro dos liberais. Ao removerem o sobrenatural da Bíblia, reduziram o Jesus da história a um mestre judeu, ou um reformador do judaísmo, ou um profeta itinerante, ou ainda um exorcista ambulante ou um contador de parábolas e ditos obscuros que nunca realmente morreu pelos pecados de ninguém (os liberais ainda não chegaram a uma conclusão sobre quem de fato foi o Jesus da história, mas continuam pesquisando...). Para os liberais, todas estas doutrinas sobre o sacrifício de Cristo, sua morte e ressurreição, o novo nascimento, justificação pela fé, adoção, fé e arrependimento, foram uma invenção do Cristianismo gentílico. Eles culpam especialmente a Paulo por ter inventando coisas que Jesus jamais havia dito ou ensinado, especialmente a doutrina da justificação pela fé.

Como resultado, os liberais conceberam o Cristianismo como uma religião de regras morais, sendo a mais importante aquela do amor ao próximo. Ser cristão era imitar Cristo, era amar ao próximo e fazer o bem. E sendo assim, perceberam que não há diferença essencial entre o Cristianismo e as demais religiões, já que todas ensinam que devemos amar o próximo e fazer o bem. Falaram do Cristo oculto em todas as religiões e dos cristãos anônimos, aqueles que são cristãos por imitarem a Cristo sem nunca terem ouvido falar dele.

Se ser cristão é imitar a Cristo, vamos terminar logicamente no ecumenismo com todas as religiões. Vamos ter que aceitar que Gandhi era cristão por ter lutado toda sua vida em prol dos interesses de seu povo. A mesma coisa o Dalai Lama e o chefe do Resbolah.

Não existe dúvida que imitar Jesus faz parte da vida cristã. Há diversas passagens bíblicas que nos exortam a fazer isto. No Novo Testamento encontramos por várias vezes o Senhor como exemplo a ser imitado. Todavia, é bom prestar atenção naquilo em que o Senhor Jesus deve ser imitado: em procurarmos agradar aos outros e não a nós mesmos (1Co 10:33 – 11:1), na perseverança em meio ao sofrimento (1Ts 1:6), no acolher-nos uns aos outros (Rm 15:7), no andarmos em amor (Ef 5:23), no esvaziarmos a nós mesmos e nos submeter à vontade de Deus (Fp 2:5) e no sofrermos injustamente sem queixas e murmurações (1Pe 2:21). Outras passagens poderiam ser citadas. Todas elas, contudo, colocam o Senhor como modelo para o cristão no seu agir, no seu pensar, para quem já era cristão.

Não me entendam mal. O que eu estou tentando dizer é que para que alguém seja cristão é necessário que ele se arrependa genuinamente de seus pecados e receba Jesus Cristo pela fé, como seu único Senhor e Salvador. Como resultado, esta pessoa passará a imitar a Cristo no amor, na renúncia, na humildade, na perseverança, no sofrimento. A imitação vem depois, não antes. A porta de entrada do Reino não é ser como Cristo, mas converter-se a Ele.


O Fracasso Espiritual da Teologia da Prosperidade

Por Helio de Oliveira Silva:


Essa semana assistimos com os jovens da igreja ao filme evangélico “Pregando o Amor”. Conta a história de um ex-traficante que é convertido a Cristo através do testemunho de sua namorada. É uma boa história de como a conversão a Cristo acontece com vários tipos de pessoas. Todavia, do ponto de vista pastoral e teológico a trama torna explícito muitos equívocos cometidos por cristãos, membros de igreja, quando o assunto é namoro, evangelização e vida cristã. 

A tolerância e o incentivo ao namoro com incrédulos como estratégia evangelística da igreja é tomada com muita naturalidade. A conduta da personagem é tratada quase como um manual com os passos a serem seguidos quando esse for o caso. 

Em nenhum momento há uma apresentação explícita de Jesus Cristo e seu sacrifício pelos nossos pecados como o fundamento da evangelização cristã. O arrependimento aparece no filme de forma bem superficial e o conceito de perdão exclui qualquer ideia de restituição. A experiência do jovem que enriqueceu com o tráfico e depois mudou de vida é bem diferente da experiência de Zaqueu que enriqueceu com a cobrança ilícita de impostos, mas que a sua conversão implicou em restituir a quem defraudou (Lc 19).



No filme, os cristãos não gostam de ser chamados de cristãos, mas apenas de “homens e mulheres de fé”, como acontece no caso das igrejas emergentes. Ainda há um toque explícito justificador da teologia da prosperidade, quando o pastor auxiliar da igreja estaciona sua belíssima Lamborguine branca no estacionamento da mega-igreja que os personagens frequentam. Questionado sobre sua opulência, respondeu com ironia: “_Da última vez que li a Bíblia, ela não disse que era pecado ter estilo”.

Valores cristãos bíblicos como singeleza, simplicidade, frugalidade (relativo a frutos, sóbrio, comedido, simples, modesto) parecem não fazer parte do ensino bíblico sobre a vida cristã. Por isso, a obra missionária mundial definha em muitos lugares à medida em que a teologia da prosperidade avança nos países de maioria cristã. Igrejas grandes, carros caros, casas grandes e luxuosas vão tomando o lugar da fé simples em nossos corações. A secularidade avança sobre nós e nos seduz dizendo o tempo todo: _ Por que não usufruir? Por que não se permitir?! Enquanto em nossos olhos brilham reluzentemente os cifrões do Tio Patinhas.

Filmes como esse nos mostram claramente o fracasso espiritual da Teologia da Prosperidade, que embora seja pintada e filmada com glamour num enredo de vitória e sucesso, na verdade subverte a honra e a glória que são devidas unicamente a Cristo. O caminho da glória da Teologia da Prosperidade não é o caminho da cruz do Evangelho de Cristo, porque o primeiro busca a aprovação dos homens, enquanto o segundo serve unicamente à glória de Deus.

Sobre o “cristianismo” atual e a sua insuficiência

Por Gustavo


Apesar de ser cristão, tenho hoje muitas dificuldades de ir à igreja. A mensagem pregada tem sido muito vazia e a interferência na vida social dos necessitados tem sido muito escassa. A religião cristã, antes dotada de valores revelados por Deus, hoje tomou uma proporção de “religião social” (objetivo do marxismo cultural), desacreditando a bíblia e colocando ênfase no ego do homem, para que, assim, haja uma religião humanista e não teocentrista. O problema da religião humanista é que o centro de tudo tornou-se o ego do homem, não Deus e nem o amor pela humanidade, anulando, assim, a prática de dois grandes mandamentos (Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo). O resultado disso tem sido a criação de uma geração fria, covarde, fraca de amor e de espírito, que chama qualquer tipo de coito de “amor” e torna “expressivamente valoroso” a sua ascensão social, o seu dinheiro, o seu ego, seus bens materiais e outras coisas tão passageiras quanto essas, deixando de lado o que realmente é eterno e importa: o espírito.

É uma pena que o marxismo cultural tenha entrado nas igrejas e conseguido destruir a moralidade e a espiritualidade do povo, alicerces da sociedade. De quem é a culpa? Nossa mesmo, os cristãos. Nós temos inimigos e vivemos como se não tivéssemos. Não oramos, não jejuamos, não amamos a Deus e ao próximo, não fazemos caridade, cultivamos a imoralidade, não sentimos nojo das distorções sociais que nos leva ao pecado (separação de Deus), assistimos novelas da globo e até mesmo pornografia.

Apesar de não alimentarmos bem o nosso espírito, alimentamos excessivamente o nosso ego. Lembro-me de que, quando me converti ao Caminho (Cristo), a primeira oração que fiz foi pedindo que Ele me ensinasse a amar as pessoas, eu sabia que era necessário aprender a amar para evoluir e realmente não conseguia. Deus atendeu a minha oração e essa foi a época em que eu mais fui machucado pelos seres humanos na minha vida. Assim pude aprender a amar e perdoar, que estão intrinsecamente ligados. A dor me foi o caminho do aprendizado.


Hoje eu vejo as pessoas pedindo em suas “orações” somente ascensão social (reconhecimento e glória humana), carros, casa e relacionamentos que tratarão com superficialidade porque não sabem amar, tentando fazer barganhas com Deus: “Eu faço esse sacrifício e você me faz aquilo”; ou o famoso “eu faço tudo certo, por que eu sofro tanto?”, como se fosse merecedor de uma felicidade que sequer luta por ela. Amigo, nunca aprendeu que para Deus mais vale a obediência do que o sacrifício? A felicidade não é um bolsa-família. Deus não quer te manter preso, mas livre. Esqueça os líderes que te ameaçam com o inferno caso não faça a vontade deles. Viver sem o amor de Deus já é um inferno.

O pior de tudo, é que eu olho para essas pessoas e enxergo a mim mesmo antes de conhecer a Cristo. Tenho compaixão delas em tentar alertá-las: estamos vivendo um “cristianismo” sem Cristo, onde pessoas que se dizem cristãs estão fumando maconha, cultivando pornografia, corrompendo sua proteção espiritual com tatuagens, piercings e alargadores, vivendo as modas atuais que na verdade já ocorriam há muito tempo em religiões de práticas obscuras, fazendo vários pactos de sangue e de alma ao transar com várias pessoas e enfraquecendo-se espiritualmente… etc. etc. etc.

Eu poderia citar milhões de exemplos que têm destruído regularmente a espiritualidade dos cristãos em todo o mundo, principalmente dos brasileiros. Antigamente eu me perguntava: “por que grande parte do nosso cristianismo que não tem efeito positivo nenhum sobre a vida das pessoas e da sociedade?”. Hoje eu sei a resposta: estamos vivendo um “cristianismo” sem Cristo. Assim, jamais poderemos salgar a terra e iluminar o mundo, pois tomamos a mesma forma do mundo e estamos tão escuros quanto eles.

O Esquerdismo e o Evangelho

Por Alfredo de Souza


Recentemente, um conhecido líder evangélico definiu-se ideologicamente da seguinte maneira: “Sou um pensador independente, de esquerda. Não acredito no neoliberalismo capitalista. Ele produz os excluídos. O Evangelho defende os pobres e os marginalizados". (conferir)


Causa-me espanto que um homem que se diz “de Deus” seja tão rápido em enfileirar-se nas trincheiras da teologia da libertação, como se ela se constituísse leitura fiel do Evangelho, sem, no entanto, aperceber-se das claras divergências entre ambos. Pelo menos foi o que ficou evidente.

Com base nesta percepção, gostaria de fazer as seguintes considerações:

1. O Evangelho não está restrito a uma classe social. Uma das pessoas mais mal compreendidas do mundo é o Senhor Jesus. Em seu nome muitos abusos foram e ainda são praticados. Um deles é restringi-lo à pobreza e à miséria. Na verdade, o Evangelho não defende a pobreza, ele defende unicamente a glória de Deus e a vitória de seu Filho para a salvação dos eleitos, sejam eles riquíssimos, medianos, pobres ou miseráveis financeiramente. Nesse contexto há cinco considerações importantes. Em primeiro lugar, Jesus recebeu e conviveu com ricos, além de freqüentar a casa dos publicanos, indivíduos censuráveis, não por terem recursos financeiros, mas pela maneira como enriqueceram. Em segundo lugar, o próprio conceito de pobreza não está restrito às posses materiais. Mt 5: 3 menciona acerca dos pobres de espírito, enquanto o próprio rei Davi, em meio à sua fortuna, afirmou no Sl 40:17: “Eu sou pobre e necessitado, porém o Senhor cuida de mim; tu és o meu amparo e o meu libertador; não te detenhas, ó Deus meu!” Em terceiro lugar, a defesa bíblica dos pobres ocorre no contexto da Aliança de Deus com o seu povo, ou seja, é o pobre crente que recebe as promessas dos cuidados divinos para a sua penúria. Em quarto lugar, o problema levantado pelas Escrituras não estava na riqueza, mas no apego a ela que promovia o orgulho, o egoísmo e o desprezo pelos necessitados. Em quinto lugar, condicionar as Boas Novas aos pobres, portanto, é permitir que a falta de recursos seja, em si mesma, santificadora do homem. O Evangelho não defende os pobres nem os marginalizados, pois o pobre sem Cristo será condenado, assim como o rico com Cristo será salvo.

2. A esquerda é, em essência, contra a moralidade divina. A esquerda defende uma liberdade pecaminosa ao homem. Não importa se se trata do Democratic Party americano, do Bloco de Esquerda português, do Sozialdemokratische Partei Deutschlands alemão ou do PSOL brasileiro, o alvo principal é o mesmo. A luta em favor do aborto, do feminismo, do homossexualismo, do divórcio, da compartimentação radical da sociedade, do uso de células-tronco embrionárias etc. são claramente contra a Lei de Deus. Se, historicamente, alguns segmentos da direita cometeram abusos, os da esquerda, de igual modo, cometeram também. O que determina tal posição é o humanismo em detrimento do teísmo (o mesmo ocorre com a teologia relacional, o neopentecostalismo e, obviamente, a teologia da libertação).

3. Toda cúpula governamental é abastada. Este é outro ponto que os esquerdistas não entendem. Os líderes da esquerda clássica vivenciaram a opulência e o conforto financeiro diante da miséria social. O próprio Fidel Castro é um exemplo clássico disso, sem falar de Hugo Chávez ou Evo Morales. Todos estão encastelados devorando faisões enquanto seus patrícios morrem por migalhas. Mas não são apenas estes que vivenciam o usufruto de bens materiais, até mesmo os homens de Deus sérios que ocuparam cargos públicos gozaram da riqueza e do conforto como foi o caso de Davi, de Salomão, de José e de Daniel.

4. Cuidar dos pobres é uma parte do cumprimento da Lei. Há vários textos que alertam o crente quanto ao cuidado aos necessitados. Mas isto não ocorre para que haja uma transformação social radical. Isto é utopia. Aliás, “nunca deixará de haver pobres na terra” (Dt 15: 11). A responsabilidade do crente está em partilhar daquilo que Deus concede generosamente, pois nada é nosso, tudo é dele. A riqueza não deve embrutecer ou criar a sensação de auto-suficiência, pois em tudo dependemos da graça. Por isso, somos obrigados a servir ao próximo, inclusive com o bolso. É nesse contexto que o Evangelho promove mudanças na sociedade, embora isso não seja o alvo principal.
Além de tudo o que acima foi exposto, é preciso ressaltar que o esquerdismo manifesto na Teologia da Libertação lê as Escrituras com um programa de mudança social, isto é, a interpretação que ela faz do Evangelho pretende ser apenas uma justificativa para as práticas políticas voltadas à sociedade. Afinal, para a Teologia da Libertação, a leitura é uma “produção de sentido” onde leitor constrói o significado do texto.
Concluo dizendo que “ser de esquerda” e “ser cristão” estabelece uma grande contradição, cuja síntese – se é que isso exista – sempre prejudicará o Evangelho e contribuirá maciçamente para com a esquerda. Ser cristão é não pertencer ao mundo, é ser peregrino, é ser louco para com os inteligentes deste mundo.

SOLA SCRIPTURA

Ser cristão é ser justo, não há opção

Por Ruy cavalcante



O cristão precisa ser justo. Esta é uma afirmação que acredito ser consensual entre todos os evangélicos, mas eu gostaria de acrescentar algo a ela.

O cristão precisa ser justo, e ele inevitavelmente será.

Ser justo não é uma opção para o cristão, é uma realidade presente naquele que nasceu de novo, assim como o é “ser luz”. A afirmação de Jesus em Mateus 5:14-15 não apresenta uma orientação para que o cristão saiba que caminho percorrer, mas uma constatação da essência de um indivíduo regenerado. Ele é luz, e isto não é opcional. Analisemos brevemente o texto:
Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa”. (Mateus 5:14-15)
A declaração é que somos luz. Façamos algumas perguntas ao texto.

Quem nos torna luz? Deus, certo? Entendo que sim, é óbvio. Esta simples compreensão é chave para se interpretar corretamente o texto.

Ora, se é Deus quem nos torna luz, então Ele mesmo é o personagem que não acenderá uma candeia para, em seguida, apaga-la, ou esconde-la onde não possa iluminar. Percebe? O texto, diferente do que muitos ensinam, não está afirmando ser possível que alguém, sendo luz, possa “esconder” ou “apagar” sua luz, antes afirma que “se não há pessoa tola o bastante para acender uma candeia que não ilumine, muito menos Deus faria isso”.

Temos então a afirmação inicial: O cristão precisa ser justo, e ele inevitavelmente será. O cristão é justo, ele é luz.

Entretanto, a justiça que ele ergue como bandeira não é uma justiça comum, ela é a justiça misericordiosa de Deus e obedece a um princípio bem exposto por Cristo também em seu sermão do monte.

Somos iguais e temos o mesmo valor, ou seja, valemos todos muito pouco! Não temos vantagem alguma sobre o outro, nem mesmo sobre descrentes.

Esta é a razão, por exemplo, pela qual devo amar meu inimigo, pois eu não sou muito diferente dele, por mais que eu pense ser alguém bom, eu não passo de um pobre miserável, e a justiça que vem de mim não passa de trapos de imundice (Is 64:6).

Não tenho vantagem alguma sobre meus inimigos, ou sobre um malfeitor qualquer, pois como eles eu também sou capaz das maiores atrocidades, basta tão somente uma motivação para isso.

Ser justo é reconhecer essa igualdade, e assim tratar o outro, independentemente de quem seja, como eu gostaria de ser tratado.

Tratar alguém mal por conta de suas ações, baseando meu tratamento nos méritos dele, é como dizer que devo ser tratado por Deus também baseado em meus méritos, o que seria algo realmente terrível.

Portanto ser justo significa se igualar aos outros e assim ter misericórdia de todos, tanto quanto gostaria de misericórdia para si mesmo. Não basta não furtar, é preciso reconhecer que não sou mais especial do que aquele que furta, uma vez que ambos necessitamos da mesma Graça e misericórdia divina, pois sem elas estamos na iminência de um terrível fim.

Caso você se identifique como cristão, mas não apresenta esta luz e esta justiça, retorne ao início, comece tudo de novo, pois a porta por onde passou era a porta errada.

Caminhemos portanto pelas veredas da justiça, a justiça misericordiosa de Deus, cujo final da linha é apenas o início da jornada, uma jornada eterna de paz.

Reflexões para um Cristão

Por William Carvalho:


Se você é cristão, e anda dizendo por ai que não concorda com algumas coisas que estão escritas na bíblia, o problema não está na bíblia, está em você, a verdade não é torta, é reta, ela existe antes de você, ela é e sempre será a mesma, tudo que está escrito vem ocorrendo exatamente como foi previsto. A bíblia não tem que se moldar as modernidades do mundo, a palavra de Deus não é como almoçar em um restaurante selv service onde você coloca no prato apenas o que você gosta. Alem disso, é preciso também ter visão crítica do que é de fato modernidade e o que é destruição a longo prazo, a modernidade na mão de uma sociedade despreparada é a auto destruição do próprio sujeito que está inserido nela. 

São milhares de exemplos, e agora você esta diante de um: 

As redes sociais vieram com a proposta de integrar as pessoas e cumpriram a sua missão, mas graças a incapacidade do ser humano em lidar com essa modernidade, elas vem frequentemente desintegrando famílias, o diálogo dentro de casa, entre os pais e seus filhos, entre marido e mulher…

 Mas e agora? Vamos dizer que ser moderno é ficar conectado? ou seremos conservadores e prezaremos pelo pilar de sustentação mais importante da sociedade? Não estou lhe sugerindo deixar de utilizar as redes sociais, estou dizendo para tomar cuidado para que ela não te leve a conhecer o lado ruim que toda coisa tem. 

O conceito de modernidade é relativo, o conceito de corpo de 21 Deus não!  

É por isso que a bíblia não se moderniza, ela vai sempre dizer que casamento é a junção de um homem e uma mulher, se a sociedade nos altos de sua ignorância declina para mudar isso, você não deve chamar de modernidade, a palavra é reta e não se desvia, ela não se molda pra te agradar ou pra você “ficar bem na fita” com seus amiguinhos metidos a moderninhos, ou tu assume que crê na palavra seja onde, como e quando for, ou és simplesmente um hipócrita. A palavra de Deus era atual ontem, ela é hoje e sempre será. O céu nunca deixou de ser azul só porque alguns já enjoaram da sua cor, as folhas das arvores nunca deixarão de ser verdes porque a cor está fora da moda…

Tudo que é perfeito é criação divina e não precisa se modernizar, modernidade é argumento dos imperfeitos. 

Pare de se sentir envergonhado por te chamarem de retrógrado, ultrapassado… Será que você não percebe que é uma tentativa rasteira de te deixar envergonhado e tentar te mostrar que você não é desse mundo? Mas se és um cristão, realmente você não é deste mundo, o mundo caminha para se transformar em um abismo, não é novidade pra ninguém que conheça a verdade, ser retrógrado e preservar os ensinamentos colocados em seu coração não é uma má ideia diante de tantas armadilhas. Diante disso, eu encerro com a reflexão de G. K. Chesterton: “Quando estamos na beira do abismo, a única maneira de progredir é retroceder”